Eleitores de Lula se dividem entre Kalil e Zema
Foto: Ricardo Stuckert
Na corrida para o governo de Minas Gerais, o fenômeno do voto “Luzema” mostra que o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) ainda não conseguiu colar sua pré-campanha na imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No estado, o atual governador, Romeu Zema (Novo), lidera entre os apoiadores do petista, de acordo com dados da última pesquisa Datafolha que mapeou as intenções de voto nas eleições locais.
Zema tem rejeitado o rótulo de candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Já Kalil, que tem o apoio de Lula, terá um vice do PT, o deputado estadual André Quintão.
Novos recortes do Datafolha mostram que Zema tem 38% dos votos dos eleitores que indicam votar em Lula na disputa presidencial, contra 31% de Kalil. Os números se referem à pesquisa estimulada, na qual é apresentado o cardápio de pré-candidatos.
Zema também tem a preferência dos eleitores de Bolsonaro (71%) e de Ciro Gomes (40%), do PDT, que aparece em terceiro lugar nas eleições para presidente.
No quesito rejeição, por outro lado, Kalil tem melhor desempenho. Não votariam de jeito nenhum no ex-prefeito 19% dos simpáticos ao candidato à Presidência do PT, contra 30% de Zema.
Na pesquisa espontânea, sem a apresentação de nomes, o cenário se inverte: Kalil tem 18% entre os que escolhem Lula, e Zema, 12%. Ao todo, 63% dos que indicam voto no petista para presidente dizem não saber em quem votar.
Uma das explicações para a divisão do voto dos apoiadores de Lula está na alta aprovação do governo de Zema no estado, em uma indicação de que a disputa pode não ser afetada pelo debate nacional e se limitar a temas estaduais.
Ao todo, 50% dos mineiros consideram o governo de Zema ótimo ou bom, enquanto apenas 13% o consideram ruim ou péssimo. Entre os eleitores de Lula, o índice de avaliação positiva é menor que a média estadual, mas ainda demonstra que há alta aprovação a Zema: 40% consideram a gestão do atual governador ótima ou boa, 38% acham que é regular e 19% a avaliam como ruim ou péssima, ainda segundo o Datafolha.
Se, no pleito de 2018, Zema ganhou impulso ao vincular-se a Bolsonaro, o atual governador de Minas agora tem buscado não colar sua imagem na do presidente no primeiro turno. Os dados do Datafolha mostram que a estratégia tem embasamento. Entre os entrevistados que hoje indicam voto em Zema, 43% não votariam de jeito nenhum em um candidato apoiado por Bolsonaro. Considerando o eleitorado de todo o estado, esse índice chega a55%.
A pesquisa Datafolha foi feita entre os dias 29 de junho e 1º de julho e foram ouvidos 1.204 entrevistados presencialmente. A margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.