
Imprensa internacional vê crime político no Brasil
Foto: Christian Rizzi/AFP
Veículos da imprensa internacional repercutiram o assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda, morto no último sábado, 9, em sua festa de aniversário, que era temática do Partido dos Trabalhadores (PT), legenda à qual ele era filiado. O autor do crime foi Jorge Guaranho, um agente penitenciário federal bolsonarista. O homicídio foi noticiado por jornais dos Estados Unidos, Argentina, França, Espanha, entre outros.
O “The New York Post” deu destaque ao fato de Arruda ser filiado ao PT, sugerindo que o crime pode ter ocorrido por motivação política. A publicação contextualiza a polarização entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) no País e lembrou que o chefe do Executivo constantemente lança dúvidas sobre a lisura do processo eleitoral, alegando que pode haver fraude. “O ataque a tiros ocorre meses antes da eleição presidencial do Brasil em outubro. A violência é um sinal da crescente polarização política entre os dois principais partidos do País”, diz o jornal.
Brazil opposition party official shot dead at birthday celebration https://t.co/XBrjqhMxSQ pic.twitter.com/eqdhtvUqii
— New York Post (@nypost) July 11, 2022
O espanhol El País noticiou que um dirigente do PT foi morto “pelas mãos de um bolsonarista”, também ressaltando a polarização em curso no País. A publicação afirma que o episódio ocorreu em meio a uma “escalada de tensões na pré-campanha eleitoral do Brasil”, e relembra outros acontecimentos recentes de intolerância política, como o líquido malcheiroso despejado sobre apoiadores do ex-presidente Lula em um evento em Uberlândia.
O argentino La Nacion relacionou o ocorrido com a política de flexibilização do porte de armas pelo governo de Jair Bolsonaro e lembrou que houve uma manifestação, no último sábado, de um grupo pró-armas em Brasília, da qual o deputado federal Eduardo Bolsonaro (União Brasil-SP) participou.
El PT denuncia el asesinato de un líder del partido por un seguidor de Bolsonaro https://t.co/6QZ0yZpf6q pic.twitter.com/iddgGTnOvi
— LA NACION (@LANACION) July 10, 2022
O Le Figaro, da França, também contextualizou o debate sobre a ampliação do acesso às armas de fogo no Brasil. O jornal afirmou que o presidente Bolsonaro defende que o porte seja facilitado. Já o Le Parisien, também francês, destacou que o ex-presidente Lula atribuiu o ocorrido ao “discurso de ódio” supostamente promovido pelo chefe do Planalto.
Brésil: le parti de Lula dénonce le meurtre d’un des leurs militants
Source : Le Figaro #123INFOhttps://t.co/A0lN0Lmvj5— 123 INFO FRANCE (@123_INFO_FR) July 10, 2022