Inflação dispara no Brasil
Foto: Keiny Andrade/UOL
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial no país, fechou junho em 0,67%, informou hoje o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Houve aceleração em relação ao mês anterior, quando o índice ficou em 0,47%. O resultado foi puxado principalmente pelos gastos com alimentos, que têm forte peso no índice, além do custo com roupas e mensalidade do plano de saúde.
Em junho do ano passado, a inflação foi de 0,53%. Em 2022, o IPCA acumula alta de 5,49% e, nos últimos 12 meses, de 11,89%.
Os números continuam acima da meta do Banco Central para a inflação neste ano, de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Ou seja, variando entre 2% e 5%.
O resultado veio ligeiramente abaixo das expectativas do mercado. Especialistas ouvidos pela agência de notícias Reuters esperavam alta de 0,7% em junho, acumulando alta de 11,9% em 12 meses.
O maior impacto foi do grupo de Alimentação e Bebidas, que subiu 0,8% no mês. O destaque foi para o consumo fora do domicílio, com alta de 0,95% para refeições e 2,21% para lanches. O grupo tem, sozinho, peso de 21,26% na inflação geral.
Outros grupos subiram mais, mas os alimentos influenciam muito no IPCA porque os gastos com alimentação representam uma grande fatia do orçamento das famílias.
Outro fator que influenciou o resultado foi o aumento de 2,99% nos planos de saúde, após a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) autorizar reajuste de 15,5% nos planos individuais. O plano de saúde teve maior impacto individual no IPCA do mês (0,10 ponto percentual.) e impulsionou a alta de 1,24% no grupo de saúde e cuidados pessoais.
Todos os grupos tiveram alta no mês. Veja abaixo a inflação dividida por grupo, segundo o IBGE:
Vestuário: 1,67%
Saúde e cuidados pessoais: 1,24%
Transportes: 0,57%
Artigos de residência: 0,55%
Despesas pessoais: 0,49% Alimentação e bebidas: 0,48%
Habitação: 0,41%
Comunicação: 0,16%
Educação: 0,09%
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.
Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados entre 31 de março e 29 de abril de 2022 (referência) com os preços vigentes entre 26 de fevereiro a 30 de março de 2022 (base).