Lula diz que só ficará na Presidência por um mandato

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Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira, 1, que, caso eleito em outubro, não irá tentar a reeleição ao término do mandato. Segundo ele, ao lado do vice, Geraldo Alckmin (PSB), a prioridade do governo será ‘recuperar’ o País. “O que eu quero é deixar o País preparado, quero lutar contra fome”, disse, em entrevista à rádio Metrópole, de Salvador (BA). Ele destacou que teria “quatro anos” para trabalhar e que estabeleceria uma relação de “irmandade” com os governadores.

A escolha de Alckmin como vice foi articulada diretamente pelo petista, que aposta no nome do ex-governador de São Paulo para atrair eleitores de centro, parte da elite empresarial, do agronegócio e do eleitorado mais conservador e religioso. Fundador do PSDB, Alckmin migrou para o PSB há apenas alguns meses para assumir a vice na chapa. O ex-tucano evita comentar a hipótese de disputar a sucessão do petista, mas integrantes do PSB não escondem essa expectativa. Ainda assim, Lula não citou o nome do ex-governador nesse contexto de um segundo mandato. “Daqui a quatro anos vai ter gente nova”, afirmou Lula.

A minha tarefa neste instante é assumir a minha responsabilidade política, eu fiz um acordo com o Alckmin e ele aceitou ser meu vice, para a gente começar a reconstruir o País.”
Lula

Durante a entrevista, Lula disse que grupos empresariais falam apenas em ‘teto de gastos’ e ‘política fiscal’ sem considerar a política social; segundo ele, tais empresários – o petista não citou nomes – vivem numa espécie de “redoma de vidro”. “Na cabeça dessa gente não existe pobreza, não existe fome, não existe gente dormindo na rua, […] não tem criança morrendo de desnutrição”, declarou.

Apesar das declarações do ex-presidente, dirigentes do PT e o próprio Lula se movimentam para manter pontes abertas com o empresariado e angariar recursos para a campanha. Além disso, a prévia do programa de governo também evitou assuntos polêmicos, como a “revogação” da reforma trabalhista. Na semana que vem, por exemplo, Lula deve se reunir com o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva.

 

O petista participa em Salvador, neste sábado, das comemorações de 2 de julho, data que marca a independência do Brasil na Bahia. “Não vou fazer motociata, eu vou conversar com o povo”, afirmou. O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, também estarão na capital baiana para as comemorações.

Na entrevista, Lula ainda fez críticas ao Congresso Nacional, que, segundo ele, “se apoderou” do orçamento da União. E ainda prometeu revogar todos os sigilos de 100 impostos pelo presidente Bolsonaro em casos sensíveis ao atual governo.

Estadão