Lula usará arma secreta para acalmar militares
Foto: Evaristo Sá/AFP
Uma ala de petistas passou a defender que a campanha de Lula busque mais um interlocutor com as Forças Armadas. O nome que vem sendo colocado na mesa é o do ex-ministro Raul Jungmann, que foi chefe das pastas da Defesa e da Segurança Pública no governo Temer e tem bom trânsito com os militares desde o período em que foi deputado, entre 2003 e 2016. Na ocasião, Jungmann integrou a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara. Atualmente ele é diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
Hoje, a principal ponte entre Lula e os militares é o também ex-ministro da Defesa e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim. A avaliação da ala petista que defende a atuação de Jungmann é que ele seria mais uma figura importante para enfatizar que Lula está aberto ao diálogo com os militares.
Lula tem evitado fazer uma investida direta junto às Forças Armadas, mas existe a avaliação na campanha de que, nos bastidores, é importante manter interlocutores com a caserna, ainda mais diante das ameaças do presidente Bolsonaro em relação ao processo eleitoral. Como informou a coluna, uma parte significativa das Forças Armadas está incomodada com a postura do ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, em pressionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as urnas, em sintonia com Bolsonaro.
O recado que Lula vem recebendo de seus interlocutores com trânsito entre os militares é um: “vamos respeitar o resultado das eleições, esqueça da gente”. A avaliação feita por membros das Forças Armadas a um aliado do petista é que citações diretas do ex-presidente aos militares “não trazem benefício a nenhum dos lados” e que o ideal seria que o petista ficasse longe de polêmicas.