Maior jornal britânico critica show de Bolsonaro
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O encontro promovido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) com embaixadores na tarde desta segunda-feira, no Palácio da Alvorada, repercutiu na imprensa internacional. Na ocasião, o mandatário voltou a fazer acusações infundadas sobre a segurança e a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro, além de criticar o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O britânico “The Guardian” destacou que o sistema de votação brasileiro é usado sem controvérsia desde 1996. E afirmou que “o líder de extrema-direita chamou diplomatas estrangeiros ao palácio presidencial e fez alegações infundadas sobre a integridade das próximas eleições”.
O “The New York Times” classificou a iniciativa de Bolsonaro como “uma prévia potencial de sua estratégia para uma eleição que está a 75 dias e que as pesquisas preveem que ele vai perder “.
O jornal americano ainda compara as alegações de Bolsonaro com as feitas por Donald Trump em sua tentativa de reeleição, nos Estados Unidos. “Assim como Trump antes das eleições de 2020 nos EUA, Bolsonaro está atrás nas pesquisas. E, como Trump, Bolsonaro parece estar desacreditando a votação antes que ela aconteça”.
O “The Washington Post” publicou uma reportagem da agência “AP”. O texto afirma que, durante o encontro com embaixadores, “o líder de extrema-direita não apresentou nenhuma evidência de suas alegações, o que gerou críticas de membros da autoridade eleitoral [TSE]” e acrescenta que analistas temem que o presidente brasileiro esteja preparando as bases para rejeitar os resultados das eleições.
A agência France Press lembrou que as projeções indicam que Bolsonaro deve perder as eleições de outubro para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). E que seus comentários levam a crer que ele se recuse a aceitar a derrota, criando um “cenário semelhante ao da invasão do Capitólio dos EUA, em janeiro de 2021, por apoiadores de Donald Trump, um herói de Bolsonaro”.
Para a agência Bloomberg, o presidente brasileiro chamou embaixadores ao palácio para refazer “antigas e desmascaradas teorias da conspiração sobre a segurança do sistema que o Brasil vem usando há mais de duas décadas”.