“Museu da Lava Jato” denunciará abusos da operação
Foto: Evaristo Sa – 19.jun.2019/AFP
A inauguração do Museu da Lava Jato, uma iniciativa encabeçada por juristas, jornalistas e historiadores críticos da operação, será realizada no mesmo dia em que o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) completará 50 anos de idade, em 1º de agosto. A escolha da data, segundo seus idealizadores, foi mera coincidência.
Após tomar ciência do feito, os coordenadores da iniciativa cogitaram antecipar a grande estreia para 12 de julho deste ano, em referência ao dia da primeira condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela Lava Jato.
Não haveria, contudo, tempo hábil para organizar todo o acervo coletado —só de imagens da Vigília Lula Livre, realizada em frente à Superintendência da Polícia Federal no Paraná, há três terabites de arquivos digitalizados.
A princípio virtual, o Museu da Lava Jato deve ganhar uma sede física em Curitiba em 2023. Exposições temporárias e itinerantes percorrendo o interior do país estão sendo planejadas. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC já manifestou interesse em receber uma dessas mostras.
“Custa muito pouco e fará muito barulho, pois a extrema direita não vai aceitar quietinha”, afirma o idealizador do museu, o advogado Wilson Ramos Filho, sobre a modalidade de exposição itinerante.
A instituição terá um acervo jurídico e jornalístico, um núcleo de pesquisa sobre o lawfare (uso da lei para perseguição política) e um memorial em homenagem à vigília que acompanhou Lula durante os 580 dias em que esteve preso.
Para o próximo ano, o Museu da Lava Jato pretende oferecer duas bolsas de mestrado e seis bolsas de iniciação científica para pesquisadores interessados em se debruçar sobre a base de dados da instituição. O grupo de pesquisa será coordenado pelo ex-reitor da UFPR (Universidade Federal do Paraná) José Henrique de Faria.