PSB só terá candidaturas com chance de vencer
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Após a saída do ex-governador de São Paulo Márcio França da disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, o PSB agora avalia abrir mão de outras três pré-candidaturas em corridas estaduais, com o objetivo de concentrar atenção e recursos em regiões estratégicas e com maiores chances de vitória. Segundo o Valor apurou, por diferentes razões as postulações de Beto Albuquerque no Rio Grande do Sul, Dário Berger em Santa Catarina e Rafael Parente no Distrito Federal podem ficar pelo caminho.
Isso foi abordado em conversas recentes pelo presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, com membros da Executiva e parlamentares. A eventual desistência das disputas locais foi negada por Parente e Albuquerque. Berger, por sua vez, não respondeu até o fechamento desta reportagem.
Segundo apurou o Valor, Siqueira quer evitar o desperdício de recursos em campanhas que não apresentem competitividade e não pretende levar adiante candidaturas que não tenham conseguido composições locais. Além disso, o dirigente quer garantir uma fatia maior do fundo para financiar as pretensões de nomes que busquem uma vaga na Câmara.
Neste momento, o PSB aposta mais nas pré-candidaturas de Marcelo Freixo e Danilo Cabral aos governos do Rio de Janeiro e Pernambuco, respectivamente. O comando do partido acredita também que deve dar mais atenção para as campanhas à reeleição de Carlos Brandão (MA), João Azevêdo (PB) e Renato Casagrande (ES).
No Rio Grande do Sul, há dificuldades na construção de uma aliança. PT, Psol e PDT apresentaram também candidatos ao governo do Estado. A avaliação é que, sem um arco de partidos em torno de sua postulação, Albuquerque não conseguirá superar o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) e o ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL), que lideram as pesquisas de intenção de voto.
Em meio a essas dificuldades, representantes do PSB e do PDT gaúcho se reuniram na quarta-feira. “As lideranças decidiram envolver, ainda nesta semana, as comissões executivas dos partidos, que definirão os critérios para a composição da chapa majoritária”, diz nota divulgada após o encontro.
Recém-chegado ao PSB, Berger também pode ter suas pretensões ao governo catarinense enterradas pelos dirigentes do partido por ser novo na legenda, por não estar registrando bons números nas pesquisas e pela indisposição da sigla em investir em candidaturas consideradas pouco competitivas. Procurado, Berger não respondeu até o fechamento da reportagem.
A interlocutores, Siqueira reconheceu que a pré-candidatura de Rafael Parente ao governo do Distrito Federal pode não ir adiante caso ele demande muitos recursos para financiar a campanha. Ao Valor, Parente negou que desistirá da disputa e destaca que tem registrado bons números nos levantamentos. “Independo por completo dos recursos do partido para minha candidatura continuar.”
De acordo com o pré-candidato do PSB, ele até demonstrou disposição de abrir mão para compor com o senador Reguffe (União Brasil) após o ex-governador José Roberto Arruda (PL) retomar os direitos políticos, o que levantou rumores sobre uma eventual participação na corrida estadual. Porém, acrescentou: “Siqueira me disse que o PSB precisa da minha candidatura, que sou uma nova liderança e que preciso ir até o fim”.