PT pressiona PGR e TSE por ações contra violência
Foto: Correio Braziliense
O Partido dos Trabalhadores e siglas de oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) vão se reunir com a Procuradoria-Geral da República (PGR), às 15h, desta terça-feira (12/7), em Brasília, para discutir sobre o assassinato do guarda municipal Marcelo Aloizio Arruda, tesoureiro da legenda. Para os advogados do PT, a investigação deve ser federal por se tratar de um crime político.
Outro encontro agendado é com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, vai se reunir com a Corte na quarta-feira (13/7), às 15h, para cobrar ações que evitem a escalada da violência durante a campanha eleitoral. A petista responsabilizou diretamente o presidente Jair Bolsonaro (PL) pela morte de Arruda e disse que não há possibilidade de diálogo com o chefe do Executivo.
Em documento publicado nesta segunda-feira (11/7), partidos cobram providências da Suprema Corte, além das autoridades de segurança pública do país. “Entendemos que cabe ao TSE, bem como ao Supremo Tribunal Federal e às autoridades responsáveis pela segurança pública tomar iniciativas que garantam eleições livres e pacíficas, coibindo agressões e violência, como as que o bolsonarismo vem praticando”, diz a manifestação, assinada por PT, PSB, Psol, PCdoB, PV, Rede e Solidariedade.
No sábado (9/7), Marcelo Aloizio Arruda foi morto a tiros pelo policial penal Jorge Guaranho enquanto comemorava o seu aniversário de 50 anos com uma festa temática do PT. O atirador invadiu a festa gritando “aqui é Bolsonaro” e “mito” e baleou o guarda municipal.
Apoiador de Jair Bolsonaro, Guaranho publicava nas redes sociais diversas mensagens de apoio ao chefe do Planalto e seus aliados. Em uma das publicações, ele é visto ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente.
Questionado sobre o crime e suas possíveis motivações, o presidente Jair Bolsonaro disse não ter nada a ver com o assassinato do petista Marcelo Arruda e reclamou de ter o nome associado ao caso. “O que que eu tenho a ver com esse episódio em Foz do Iguaçu? Nada”, apontou nesta domingo (10/7) em entrevista coletiva no Palácio do Planalto. Ao ser perguntado se a polarização política contribuiria para episódios do tipo, Bolsonaro respondeu ser “contra qualquer ato de violência”.
“Somos contra qualquer ato de violência. Eu já sofri isso na pele. A gente espera que não aconteça, obviamente. Está polarizada a questão. Agora, o histórico de violência não é do meu lado. É do lado de lá”, alegou.
Ele comparou o caso com o atentado sofrido em Juiz de Fora, em 2018. “O cara faz um boletim de ocorrência, diz ele que [o agressor] chega lá gritando ‘sou Bolsonaro’. Eu não vi. E eles grafaram na Folha de S. Paulo: ‘Bolsonarista mata’. Quando o Adélio me esfaqueou, ninguém falou que ele era filiado ao Psol”.