Xingamentos a políticos não tiram nem dão votos
Foto: O Globo
Em busca de índices de agressões na internet, uma análise do Instituto Travessia com base em 43.165 menções a pré-candidatos publicadas no dia 16 de julho no Twitter constatou que quase um em cada cinco tuítes possui algum tipo de xingamento.
Segundo Renato Dorgan, sócio do Instituto e especialista em pesquisas qualitativas e marketing político, o presidente e pré-candidato do PL à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), conhecido por ter uma militância digital agressiva, também passou a ser mais alvo de xingamentos virtuais.
— Em 2018, as redes sociais eram cobertas de críticas ao PT e à esquerda. O bolsonarismo dominava esse espaço na internet. Agora vemos uma crescente onda de ataques a Bolsonaro e que estão partindo de perfis de pessoas reais, e não páginas fakes, e também de artistas e influenciadores, que, na atualidade, são formadores de opinião.
Os xingamentos, no entanto, não ajudam a mudar voto do eleitorado, alerta Dorgan:
— Tem um desgaste de um e de outro, claro. Mas xingar assim só acirra os ânimos, torna a eleição mais tensa e desgastante, não chega a mudar voto, até porque não se discute proposta.
Entre os termos mais comentados em relação a todos os candidatos no dia analisado estão “genocida”, termo utilizado para criticar a atuação de Bolsonaro na pandemia da Covid-19, e “bozo”. “Gado”, expressão usada contra bolsonaristas, e “miliciano” também aparecem. Lula tem como principal xingamento nas redes sociais a expressão “9 dedos”, “ladrão”, “mula” e “bandido”. Ciro é chamado principalmente de “Coroné”.