2/3 dos partidos devem sumir após outubro

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Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação

Um dos aspectos mais notáveis da campanha eleitoral é a liquefação dos partidos políticos. Há três dezenas registrados na Justiça Eleitoral, mas prevê-se que apenas uma dúzia sobreviva depois de outubro. Juntos, custam cerca de R$ 6 bilhões aos cofres públicos neste ano.

O mais organizado, o PT, tem candidato à presidência da República favorito nas pesquisas, mas não conseguiu sequer atraí-lo para a convenção nacional, dias atrás. Não houve festa de lançamento do candidato, tradição dos últimos 33 anos de disputas presidenciais. Lula preferiu viajar a Pernambuco.

Em outros partidos, o panorama é até mais desolador. MDB e PSDB racharam antes, durante e seguem fragmentados depois da definição dos seus candidatos.

O trio governista (PL, PP e Republicanos) tem Jair Bolsonaro como candidato, mas ainda não conseguiu o projetado amálgama de identidades junto ao eleitorado. O PL conseguiu conduzir seu candidato à reeleição numa incursão na internet: em video, Bolsonaro pede dinheiro ao eleitorado para custear os gastos da campanha organizada por Valdemar da Costa Neto, dono do partido.

A melhor tradução dessa fase da liquefação político-partidária é o PSD de Gilberto Kassab, ex-prefeito paulistano. Define-se por não ser de esquerda, de centro e nem de direita. Não se sabe o que é, mas isso também pouco importa. No PSD, relevante mesmo é emergir das urnas com deputados e senadores em número suficiente para ter peso específico na base parlamentar do próximo governo — qualquer que seja o presidente eleito.

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