83% querem que Bolsonaro aceite derrota

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Foto: ETTORE CHIEREGUINI/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO

Pesquisa Quaest, contratada pela Genial Investimentos e divulgada hoje, revela o que os eleitores pensam sobre o sistema eleitoral brasileiro, que tem sido constantemente atacado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores mais radicais. A dois meses da eleição, a maioria dos entrevistados disse confiar na urna eletrônica e concordou que Bolsonaro, que tenta a reeleição, deve aceitar o resultado do pleito se perder.

Se o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) informar que o Bolsonaro perdeu as eleições, o que ele deve fazer? Essa foi a pergunta feita aos 2 mil entrevistados. 83% afirmaram que o presidente deve aceitar a derrota, enquanto 11% falaram que o chefe do Executivo não deveria aceitar o resultado. 6% não sabem ou não responderam.

E dentre os eleitores de Bolsonaro? Quando os eleitores do presidenciável do PL foram destacados dos demais para responder se ele deve ou não aceitar uma possível derrota, 68% concordaram que ele deve assumir o resultado. 25% discordaram que ele deva aceitar a derrota. 7% não sabem ou não responderam.

Qual a confiabilidade das urnas entre os eleitores do presidente? Segundo a pesquisa de agosto da Quaest, 26% dos entrevistados que pretendem votar em Bolsonaro “confiam muito” na urna eletrônica. 41% disseram que confiam um pouco ou mais ou menos. 32% não confiam e 2% não sabem ou não responderam.

Em maio, as respostas foram parecidas. 23% falaram que confiam muito na urna eletrônica, 41% confiam pouco ou mais ou menos, 35% não confiam e 1% não sabem ou não responderam.

Ou seja, os ataques de Bolsonaro contra o sistema eleitoral, ministros do TSE e o próprio Tribunal não persuadiram seus eleitores a desconfiarem mais da urna eletrônica.

O que pensam os eleitores de Lula? Em agosto, os entrevistados que pretendem votar no petista disseram acreditar mais na urna eletrônica, com 60% afirmando que confiam muito. 24% falaram confiar pouco ou mais ou menos, 13% não confiam e 3% não sabem ou não responderam.

Em maio, 49% confiavam muito. Os que confiavam pouco ou mais ou menos eram 32%, com 16% não confiando. 4% não sabem ou não responderam.

E de forma geral? O eleitorado brasileiro entrevistado pela pesquisa em agosto que tem muita confiança nas urnas é 46%. 30% confia pouco ou mais ou menos e 21% não confia. 3% não sabe ou não respondeu.

A confiança cresceu desde maio, quando 40% disseram acreditar muito. 35% confiavam pouco ou mais ou menos, 22% não confiavam e 3% não sabem ou não responderam.

Reunião com embaixadores teve impacto. A pesquisa quis medir o impacto da reunião de Bolsonaro com embaixadores, na qual ele fez ataques contra o sistema eleitoral brasileiro, sem apresentar provas. 53% dos entrevistados disseram que já sabiam que esse encontro tinha acontecido, e 47% não sabiam.

Sobre as chances de votar em Bolsonaro após essa reunião, 41% afirmaram que diminuíram por causa disso; para 31% isso não faz diferença, e para 26% a reunião aumentou as chances de voto.

A pesquisa da Quaest fez 2.000 mil entrevistas presenciais entre 28 e 31 de julho com eleitores de 16 anos ou mais. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número BR-02546/2022 e custou R$ 139.005,86.

O Quaest é um instituto de pesquisas com sede em Belo Horizonte. Até 2020, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a empresa realizava pesquisas eleitorais só em Minas Gerais. Hoje, faz levantamentos sobre intenções de voto para presidente, governador e para o Senado em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. O instituto tem uma parceria com a Genial Investimentos, a qual financia levantamentos para as eleições de 2022. As pesquisas são realizadas com entrevistas presenciais.

Uol