Bolsonaro enriqueceu na política, mostra declaração
Foto: Gabriela Biló – 27.jun.2022/Folhapress
O presidente Jair Bolsonaro (PL) registrou nesta terça-feira (9) sua candidatura à reeleição junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ao lado do general Braga Netto, que será o vice da chapa.
O chefe do Executivo afirmou à Justiça ter um patrimônio de R$ 2.317.554,73. Em 2018, havia declarado R$ 2,29 milhões (R$ 2,9 milhões se corrigidos pela inflação).
Na ocasião, o então candidato informou que era dono de cinco casas, que somavam pouco mais de R$ 1,5 milhão, quatro carros, que custavam R$ 330 mil, além de ações, caderneta de poupança e aplicações bancárias.
O chefe do Executivo declarou os mesmos cinco imóveis, pelo mesmo valor de quatro anos atrás, mas apenas uma moto, de R$ 26,5 mil. O restante é de ações, quotas, depósitos em conta corrente e caderneta de poupança.
O ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto foi registrado também como vice na chapa do presidente. Ele declarou bens de R$ 1.635.986,81.
Esta é a primeira vez que o general da reserva se lança a um cargo público. Ele declarou dois apartamentos, no valor de R$ 416,1 mil; uma motocicleta de R$ 64 mil; depósito numa conta do exterior, em Miami (EUA), no valor de R$ 44 mil; e o restante em ações e aplicação em renda fixa.
O registro da chapa nesta terça-feira também oficializou o nome da coligação PL-PP-Republicanos, “Pelo Bem do Brasil”, como antecipou a Folha. A frase já foi amplamente utilizada na convenção do PL que lançou Bolsonaro à reeleição, no mês passado.
O mandatário, que já foi sete vezes deputado e se elegeu para o cargo máximo do país no último pleito nacional, inscreveu sua candidatura em meio à ofensiva que tem liderado contra o TSE e as urnas eletrônicas.
O presidente tem 29% das intenções de votos contra 47% do ex-presidente Lula (PT), segundo pesquisa Datafolha divulgada no último dia 28.
Esta é a primeira vez que um presidente disputa a reeleição com um vice diferente do que se elegeu no pleito anterior. O presidente se distanciou do seu atual substituto, Hamilton Mourão, durante o mandato e, desta vez, escolheu Braga Netto para o posto.
O general foi chefe da Casa Civil e ministro da Defesa de Bolsonaro e ganhou a confiança do chefe do Executivo. Pessoas próximas do presidente, principalmente do centrão, chegaram a defender que a vice fosse ocupada pela deputada e ex-ministra Tereza Cristina (PP-MS).
A avaliação era de que uma mulher seria importante para melhorar a aceitação de Bolsonaro no público feminino, uma das fatias do eleitorado em que o presidente registra os maiores índices de rejeição.
O registro de candidatura apresentado pela senadora é uma das últimas etapas antes do início oficial da campanha eleitoral. Com isso, o candidato recebe o número do CNPJ em que serão registrados os gastos e as arrecadações da candidatura.
Os políticos têm até 15 de agosto para pedirem o registro junto à Justiça Eleitoral.
A Folha revelou em janeiro de 2018 que o então deputado e presidenciável Jair Bolsonaro e seus três filhos que exercem mandato eram donos de 13 imóveis com preço de mercado de pelo menos R$ 15 milhões, a maioria em pontos altamente valorizados do Rio de Janeiro, como Copacabana, Barra da Tijuca e Urca.
Flávio, deputado estadual no Rio de Janeiro e hoje senador, havia negociado 19 imóveis nos 13 anos anteriores.
Os bens dos Bolsonaro incluíam ainda carros que iam de R$ 45 mil a R$ 105 mil, um jet-ski e aplicações financeiras, em um total de R$ 1,7 milhão.
Quando entrou na política, em 1988, Bolsonaro declarava ter apenas um Fiat Panorama, uma moto e dois lotes de pequeno valor em Resende, no interior no Rio –valendo pouco mais de R$ 10 mil em dinheiro atual. Desde então, sua única profissão é a política.