Fim do teto de gastos começa em setembro

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Foto: Will Schutter

O governo quer discutir com a sociedade a partir de setembro uma flexibilização na regra do teto de gastos, que limita o crescimento das despesas da União à inflação do ano anterior. A informação foi divulgada nesta terça-feira (30) pelo Tesouro Nacional.

A ideia é permitir que o teto seja aliviado à medida em que a dívida pública diminuir. Os dois candidatos a presidente mais bem colocados na eleição deste ano, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), já vêm defendendo uma mudança na regra do teto.

Em março deste ano, o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago, já havia informado a intenção de mudar o arcabouço fiscal, conforme noticiou o g1.

Segundo informou nesta terça o secretário do Tesouro, Paulo Valle, a ideia é começar o debate em setembro, quando o Tesouro deve finalizar um texto de discussão sobre o tema, que será tornado público, caso o período eleitoral permita. O debate seria feito com especialistas, agentes do mercado e autoridades.

Já o envio da proposta ao Congresso, disse Valle, ainda está indefinido, mas “certamente será após as eleições”. O prazo de envio será discutido junto ao ministro da Economia, Paulo Guedes.

Os esclarecimentos foram feitos pelos técnicos do Tesouro durante coletiva para apresentar o resultado das contas públicas de julho. Valle afirmou que o objetivo foi esclarecer notícias que vêm sendo veiculadas na mídia.

Como funcionaria o novo modelo
Atualmente, caso o governo queira gastar mais do que o limite do teto, precisa fazer um crédito extraordinário — admitido apenas para despesas urgentes e imprevisíveis.

O subsecretário de Planejamento Estratégico da Política Fiscal, David Athayde, também presente na coletiva explicou que uma dívida pública em baixa permitiria ajustes no teto.

“O que a gente está propondo em linhas gerais é reforçar a regra da despesa, a regra do teto, deixando ela um pouco mais flexível, se a gente tiver numa situação de dívida que está numa trajetória mais favorável, cadente, ou em níveis mais baixos”, explicou.

Segundo Athayde, com isso, o governo dará “perenidade” à regra do teto de gastos, que é alvo de críticas por limitar as despesas. A lei do teto previa uma revisão somente em 2026.

“A dívida serviria como um referencial para ajustar a regra da despesa, aquela que a gente vai perseguir para conseguir ao longo do tempo fazer com que a dívida chegue a patamares mais baixos”, completou o subsecretário.

Já a discussão dos parâmetros, ou seja, de qual nível de dívida será possível flexibilizar o teto, ficará para um segundo momento, informou o Tesouro.

G1