Lula acusa Bolsonaro de não trabalhar
Foto: NELSON ALMEIDA / AFP
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT ao Palácio do Planalto neste ano, rebateu as acusações do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre suposta defesa a tópicos como aborto, drogas, financiamento de ditaduras e “ideologia de gênero”. Ontem, em entrevista ao Estado de Minas, Lula afirmou que Bolsonaro mente para distrair a imprensa.
“Não defendo nada disso e o povo que viveu o meu governo sabe disso. O Bolsonaro fala essas mentiras para tentar distrair, até vocês do Estado de Minas, do que interessa de verdade. Ele trabalha direito? Ele trabalha? Porque ele não governa, faz palhaçada nas redes sociais, anda de moto, de jet ski, conta mentira no cercadinho”, disse, em entrevista por escrito.
Segundo o ex-presidente, o atual chefe do Executivo federal não cumpre as funções inerentes ao cargo.
“Diferente do Bolsonaro, eu vou trabalhar. Desde o primeiro dia, porque eu não preciso de tempo para aprender a ser presidente – e esta é a principal diferença do Lula de agora para o Lula de 2003. Estou mais experiente, sei o que é governar e como governar”, disparou.
Para embasar as críticas a Bolsonaro, Lula recorreu à postura do governo federal durante nos momentos críticos da pandemia de COVID-19.
“Quando o país precisou de alguém sério na pandemia, ele foi para a TV contar mentira e fazer piada sobre ‘gripezinha’, ‘histórico de atleta’. Demorou para comprar vacina e ainda recusou oferta para pagar mais barato. As estimativas são de que 400 mil pessoas morreram na pandemia por causa da incompetência dele”, criticou.
A coligação que sustenta Lula é composta por 10 partidos e tem legendas à esquerda, como o Psol, e outras ao centro, como o Solidariedade e o Agir. O presidenciável afirmou que pretende construir pontes com diferentes setores da sociedade civil.
“Vou trabalhar desde o primeiro minuto para cuidar do povo brasileiro, conversando com os governadores, com os prefeitos, com as universidades, com os sindicatos, os empresários. E, trabalhando junto com a sociedade, ouvindo todos, aí vai ser possível devolver a cada homem e a cada mulher as três refeições que o Bolsonaro tirou da mesa dos brasileiros”, pontuou.
Houve críticas, ainda, à conduta de Paulo Guedes, ministro da Economia. “(Vai ser possível) devolver os empregos que ele (Bolsonaro) e o Guedes fizeram desaparecer. Devolver aos nossos jovens a possibilidade de acabarem seus estudos e entrarem numa universidade, para serem o que quiserem ser. E devolver o Brasil ao posto de país respeitado internacionalmente, traindo investimentos produtivos, que atua pela paz, pela solidariedade, que protege seu meio ambiente. Um Brasil que volte a nos dar orgulho”, finalizou.