Moraes e ministro da Defesa vão se encontrar
Foto: Carlos Moura-26.abr.22/STF
O novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, vai se encontrar, na próxima terça-feira, com o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. No mesmo dia, ele também terá uma reunião com o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Marcio Nunes. Já na segunda-feira, a previsão é que ele se reúna com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Segundo o Valor apurou, a agenda foi solicitada por Nogueira. A decisão de Moraes de aceitar o encontro mostra uma diferença de estilo com o antecessor, Edson Fachin, que se recusou a receber o ministro.
Moraes tomou posse como presidente do TSE em uma solenidade repleta de autoridades, incluindo o presidente Jair Bolsonaro, na última terça-feira. Apesar de ter feito uma enfática defesa da Justiça Eleitoral, ele evitou ataques ao chefe do Executivo e sequer mencionou as Forças Armadas.
Desde o início do ano, os militares passaram a endossar o discurso de Bolsonaro, de questionar a segurança das urnas eletrônicas. O palco dos embates com Fachin foi a Comissão de Transparência Eleitoral, grupo criado para discutir propostas para aperfeiçoar o sistema eleitoral ainda na gestão de Luís Roberto Barroso.
Com Moraes na presidência da corte, o governo espera que algumas sugestões apresentadas pelos militares – e que foram rejeitadas por Fachin – sejam reconsideradas, como mudanças no teste de integridade das urnas e a realização de teste de segurança das urnas modelo 2020.
Segundo interlocutores, o novo presidente do TSE está mais aberto ao diálogo, mas terá pouco tempo para fazer grandes mudanças, já que o primeiro turno das eleições está marcado para 2 de outubro.
Hoje, termina a inspeção que as Forças Armadas estão fazendo nos códigos-fonte da urna eletrônica. Eles começaram o processo no dia 3 de agosto.
No dia 8, Fachin decidiu excluir um coronel que fazia parte do grupo indicado pela Defesa para participar da fiscalização, após a imprensa revelar que ele divulgou “fake news” sobre o sistema eleitoral em suas redes sociais.
A decisão recebeu apoio de Moraes, que na época era seu vice. A posição foi vista como uma maneira de demonstrar que o novo presidente do TSE, apesar de mais próximo dos militares, não vai aceitar ataques à Justiça Eleitoral.