PF vê Lula sob “risco máximo”
Foto: Gustavo Moreno/Metrópoles
A tarefa de proteger o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha tem levado preocupação à cúpula da Polícia Federal. Fontes da corporação ouvidas pela coluna dizem enxergar riscos reais à segurança do petista.
Na escala de 1 a 5 criada para dimensionar o nível de ameaça aos candidatos, os eventos com a participação de Lula serão classificados sempre no patamar máximo. “O nível dele será 5 sempre, na escala de 1 a 5. Se a escala fosse de 1 a 10, com certeza seria 10”, define um policial ligado ao atual comando da PF e envolvido diretamente na tarefa.
Cabe à Polícia Federal garantir a segurança de Lula e dos demais candidatos ao Palácio do Planalto, à exceção de Jair Bolsonaro, que por estar no cargo de presidente tem proteção do Gabinete de Segurança Institucional, o GSI.
Em privado, dirigentes da PF dizem temer que Lula e seu staff negligenciem eventuais alertas de risco, como já ocorreu em campanhas anteriores do PT, entre elas a de Fernando Haddad, em 2018.
Um caso usado para ilustrar o temor envolve um alerta feito a Haddad sobre uma pessoa próxima que, na avaliação dos policiais, representava uma ameaça à família do então candidato. Segundo fontes a par do caso, ele demorou a acreditar no alerta.
Em silêncio, a PF pediu autorização à Justiça para coletar elementos que permitissem a verificação do risco e demonstrou, depois, que a preocupação fazia sentido.
O potencial agressor tinha problemas mentais e vinha fazendo ameaças. A proteção a familiares ao então candidato presidencial petista foi reforçada. Mais tarde, diz a fonte, Haddad reconheceu que os policiais estavam certos ao apontar o risco.
De todas as equipes de segurança encarregadas da proteção aos presidenciáveis neste ano, a que faz a segurança de Lula é a maior, com possibilidade de ganhar reforços ao longo da campanha, a depender da necessidade.