PIB faz fila para se acertar com Lula
Foto: Mauro Pimentel/AFP
Favorito nas pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem ampliado o diálogo com representantes do mercado e do PIB nacional, como mostra reportagem de VEJA desta semana. As conversas, sempre muito reservadas, ocorrem com a presença do petista ou por meio de alguns de seus emissários para o assunto, como o candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB), o economista Gabriel Galípolo, o deputado Alexandre Padilha (SP) e o presidente da Fundação Perseu Abramo e coordenador do plano de governo, Aloizio Mercadante.
Desde o fim de 2021, Lula já se reuniu pessoalmente com os banqueiros André Esteves, do BTG Pactual, e Guilherme Benchimol, da XP Investimentos, além de Sérgio Rial, do Santander, e Pedro Moreira Salles, do Itaú, convidados a um jantar do petista com empresários em junho, em São Paulo, e João Moreira Salles (Itaú) e Luís Carlos Trabuco (Bradesco), ambos presentes a um almoço com o petista na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), no início de julho.
O encontro na Fiesp também incluiu outros pesos-pesados do PIB, como Luiza Trajano (Magazine Luiza), Beto Sicupira (3G Capital), Pedro Passos (Natura), Roberto Azevêdo (Pepsico), Fábio Coelho (Google), Jacyr Costa (Agroadvice) e o presidente da entidade, Josué Gomes da Silva, filho de José Alencar, vice-presidente nos dois mandatos de Lula no Palácio do Planalto.
Nos encontros, segundo interlocutores, o presidente e seus aliados se encarregam de invocar a responsabilidade fiscal em seus governos aos empresários e investidores que, inicialmente, mostravam-se desconfiados diante das recentes lembranças do governo Dilma Rousseff (PT) e ressabiados com um eventual sentimento de “revanche” de Lula após seus enroscos judiciais – percepção logo dissipada.