Simone Tebet e Mara Gabrilli formam chapa
Foto: Zé Carlos Barretta – 27.set.2019/Folhapress
A senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) foi anunciada na manhã desta terça-feira (2) como vice na chapa da candidata à Presidência da República Simone Tebet (MDB).
A cúpula do MDB e da federação Cidadania-PSDB bateram o martelo sobre o nome da senadora tucana após reunião que se encerrou no início da noite desta segunda-feira (1º), na sede emedebista, em São Paulo.
No evento, Tasso Jereissati afirmou que seu nome tinha sido cogitado, mas que foi decidido não tomar nenhuma decisão precipitada, mas que fosse pensada e discutida. “Percebemos que nada representaria melhor, nesse momento em que o país precisa de uma reviravolta, a candidatura da Simone”, afirmou.
“Ela [Mara Gabrilli] também traz para a nossa campanha junto com a Simone a mensagem de que só o amor e a docilidade da mulher podem unir de novo esse país”, completou.
A informação de que Mara Gabrilli havia sido convidada e aceitado compor a chapa com a emedebista foi antecipada pelo Painel, da Folha.
Nesta segunda-feira, Tebet estava em São Paulo para a participação de evento na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e se reuniu com a cúpula dos partidos envolvidos na candidatura única. Participaram do encontro, além da senadora, os presidentes do MDB, Baleia Rossi; do PSDB, Bruno Araújo; e do Cidadania, Roberto Freire.
“Oferecemos formalmente, nós PSDB e federação com Cidadania, ao MDB a análise do nome da senadora Mara Gabrilli. Temos a compreensão que representa muito bem a força da mulher brasileira, junto com a senadora Simone, tem um papel fundamental na sociedade”, afirmou após encontro Bruno Araújo.
O MDB confirmou durante convenção nacional na semana passada o nome de Tebet como candidata ao Palácio do Planalto, com uma ampla maioria dos votos. No entanto, houve oposição nos estados que defendiam apoio já no primeiro turno a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A federação PSDB-Cidadania também chancelou no mesmo dia, por unanimidade, o nome de Tebet.
Os partidos e também a União Brasil vinham há meses mantendo discussões para lançar uma candidatura única ao Palácio do Planalto, buscando romper a polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e Lula.
A União Brasil, no entanto, desistiu de integrar o bloco. A sigla havia lançado inicialmente o presidente Luciano Bivar (PE), que acabou desistindo no último fim de semana. A senadora Soraya Thronicke (MS) deve ser a candidata da União Brasil.
A indicação da tucana para o posto de vice na chapa acabou definida após o fim do imbróglio envolvendo alianças no Rio Grande do Sul, no fim de semana. O MDB decidiu retirar a candidatura ao governo estadual para apoiar Eduardo Leite (PSDB), retirando o último obstáculo para a aliança a nível nacional.
O nome de Mara Gabrilli não era a primeira opção de Tebet, que nos bastidores declarava a sua preferência pelo também senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).
O parlamentar cearense, no entanto, vinha apresentando resistência a integrar a chapa. Jereissati vinha apresentando críticas à pré-candidatura, em particular sobre o trabalho da equipe de marketing.
Argumentava que a senadora tinha uma história política consistente, com atuações marcantes na Comissão de Constituição e Justiça e CPI da Covid, mas era mostrada nas peças de rádio e televisão como uma mulher mais ligadas às preocupações familiares e do lar.
Araújo minimizou a desistência de Tasso e afirmou que o nome de Mara Gabrilli também vinha sendo cogitado desde o início das tratativas.
No meio dessa indefinição, também se apresentou como nome para a vice a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA). Os tucanos, no entanto, não abriam mão da vice, em particular por essa ser a primeira vez em décadas que o partido não terá um nome disputando a Presidência.
Mara Gabrilli está em seu primeiro mandato como senadora —que termina em 2027. Por isso não terá problemas de ficar sem cargo, em caso de derrota nas eleições de outubro.
Ela também já foi deputada federal, vereadora e secretária municipal de São Paulo da Pessoa com Deficiência. A equipe de Tebet acredita que uma chapa formada exclusivamente por mulheres pode ser um fator importante para romper a polarização da corrida presidencial.
A senadora também figura como um nome que une a ala paulista do PSDB e a direção nacional do partido —relação que ficou estremecida após a polêmica envolvendo a candidatura e desistência do ex-governador João Doria.
Tebet tem enfrentado dificuldades para subir nas pesquisas de intenção de votos. Levantamento do Datafolha divulgado na semana passada apontou que ela conta com 2%, um ponto percentual a mais que o levantamento anterior.