70% dos bolsonaristas de 7 de setembro querem ditadura
Foto: Reprodução/Monitor do debate político (EACH/USP)
Durante os atos de 7 de Setembro, imagens de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) circularam nas redes sociais nos últimos dias, acompanhadas de perguntas ou estimativas sobre a quantidade de pessoas ali. O Monitor do debate político da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Pulso, do jornal O Globo, calculou que 34 mil pessoas foram à Paulista e 64 mil se concentraram em Copacabana.
Foram feitos estudos sobre o comportamento e o perfil dos presentes nas duas avenidas durante as manifestações
Na avenida Atlântica, no Rio de Janeiro, foram feitas 614 entrevistas distribuídas proporcionalmente ao logo do ato, entre 12h e 16h30. A margem de erro é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos dentro de um intervalo de confiança de 95%.
Do público presente na avenida, quase 91% dos entrevistados eram brancos, de renda elevada e com educação superior completa. Já 69% eram favoráveis a uma “intervenção militar constitucional se as eleições fossem fraudadas”.
O levantamento apontou ainda que 71% dos entrevistados disseram não confiar no resultado das urnas eletrônicas. Apenas 15% disseram crer nos equipamentos. Entre os mais novos, o número é um pouco menor: 25% deles dizem não ser favoráveis a uma intervenção militar.
O sentimento antipetista também ganhava destaque na avenida Atlântica. Dos entrevistados, 77% se disseram antipetistas, apenas 11% se consideravam “nada antipetistas” e 9%, “um pouco antipetistas”. Por outro lado, 0% era de esquerda, 5% eram de centro e 82% se assumiram de direita.
Na avenida Paulista, 575 pessoas foram entrevistadas entre 13h30 e 16h. A margem de erro também é de 4 pontos percentuais em um intervalo de confiança de 95%.
Entre os presentes, 68% se disseram favoráveis a uma “intervenção militar constitucional se as eleições forem fraudadas”. Apenas 25% rejeitaram a ideia. Sobre as urnas eletrônicas, 72% disseram não confiar no equipamento, contra apenas 15% que não enxergam problema nela e 12% que afirmaram não saber.
O público da paulista também era majoritariamente branco (62%). Pardos somaram 27%, pretos, 6%; e outros, 4%. A maioria cursou nível superior (65%) e ganha mais de cinco salários mínimos (44%). Apenas 8% revelaram ganhar até 2 salários. Os católicos representavam 49% e os evangélicos, 25%.
O antipetismo também se fez presente: 78% se disseram “muito antipestistas”, contra 10% “pouco petista” e outros 10% “nada petista”.