Bolsonaristas querem pena de morte e prisão perpétua
Foto: Paulo Lopes/AFP
Pesquisa do Ipec/TV Globo mostra que a maior parte da população com mais de 16 anos defende a prisão perpétua para crimes hediondos. Também há apoio majoritário à redução da maioridade penal, hoje fixada em 18 anos. E quase metade dos brasileiros é favorável à adoção da pena de morte no país. Essas três pautas encontram maior aderência no grupo que avalia positivamente o governo de Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com o levantamento realizado entre 9 e 11 de setembro, na média geral são 42% os que defendem a pena de morte como punição para criminosos, enquanto 49% se dizem contrários à medida. Já entre aqueles que classificam a gestão de Bolsonaro como boa ou ótima, o apoio à pena de morte alcança 50%. Mais da metade (55%) dos que veem o atual governo como ruim ou péssimo é contra essa modalidade de punição.
Em relação à prisão perpétua, o Ipec registrou que há apoio de 73% a esse regime no universo total de entrevistados e de 78% no grupo que aprova a gestão do candidato à reeleição pelo PL. São 20% os eleitores que se dizem contra a prisão perpétua para quem cometer crimes hediondos. No Brasil, são considerados hediondos ilícitos como latrocínio, estupro, tráfico de drogas, tortura e terrorismo.
A redução da maioridade penal tem apoio de 66% dos brasileiros com idade para votar. Outros 27% são contra a mudança. No grupo que vê como positivo o trabalho do governo federal, são 74% os que acham que menores de 18 anos já podem ser inteiramente responsabilizados por eventuais atos criminosos.
As pautas de costumes são caras a Bolsonaro e seus eleitores. O presidente usou temas como a redução da maioridade penal para 16 anos como bandeira de sua campanha em 2018 — para a eleição deste ano, não há menção ao tema no plano de governo apresentado à Justiça Eleitoral. Ao longo de seu mandato, Bolsonaro pediu que o Congresso priorizasse o tema em mais de uma ocasião. A proposta de emenda à Constituição que trata do assunto, no entanto, está parada no Senado Federal.
Contratado pela TV Globo, o Ipec entrevistou presencialmente 2.512 eleitores entre 9 e 11 de setembro. A margem de erro é estimada em dois pontos percentuais para mais ou menos, para um intervalo de confiança de 95%. O estudo está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-01390/2022.