Dinheiro vivo vira problemão para Bolsonaro
Foto: Miguel Schincariol/AFP
A mudança radical de estratégias de rádio e TV de Jair Bolsonaro, que desde ontem deixou de lado o jeitão “light” e partiu para pesados ataques a Lula, foi definida depois de um dado colhido no monitoramento diário feito nas redes sociais pela campanha do presidente: os assuntos números 1, 2 e 3 sobre Bolsonaro referem-se às 51 compras de imóveis em dinheiro vivo feitas pelo presidente e por familiares nas últimas décadas.
Decidiu-se, então, no QG bolsonarista que a melhor defesa é o ataque. Portanto, o momento passou a ser o de descer a borduna em Lula.
O objetivo é aumentar a rejeição do petista com vídeos em que Geraldo Alckmin bate no atual companheiro de chapa, assim como partirá para cima da família do ex-presidente.
Está previsto para breve um vídeo em que a estrela será Geddel Vieira Lima, ou mais especificamente, os R$ 51 milhões (em dinheiro vivo) que o ex-ministro, apoiador de Lula, guardava num apartamento de sua família.
A estratégia inclui também, claro, tentar explicar as compras desses imóveis. Mas não na campanha de TV. O ministro Fabio Faria ontem mesmo já estava no Instagram falando sobre o tema. Essa parte ficará a cargo de auxiliares do presidente, com posts em suas próprias redes sociais, que serão distribuídos aos grupos de WhastApp e de Telegram de apoiadores do presidente. Pelos planos traçados desde uma reunião ocorrida no domingo, no entanto, o foco principal não será na defesa, mas no ataque.