Economia segue andando de lado

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Foto: Kevin David/A7 Press/Agência O Globo

O comércio voltou a andar para trás no Brasil. Em julho, o volume de vendas do varejo recuou 0,8% na comparação com junho. Segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse é terceiro mês consecutivo de taxa negativa. O resultado veio bem abaixo da estimativa do mercado, que projetava crescimento de 0,1% no mês.

No acumulado de 2022, o varejo registra variação negativa de 0,4%. Já nos últimos 12 meses, o setor acumula queda de 1,8%.

De acordo com o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, a terceira queda seguida após meses de alta demonstra a retomada da trajetória irregular detectada desde o período mais grave da pandemia. O mês de abril foi o último com crescimento. Desde então, maio, junho e julho acumulam recuo de 2,7%. Por conta desses resultados, o setor se encontra praticamente do mesmo nível do período pré-pandemia, fevereiro de 2020, com variação de 0,5%. “Esse patamar já esteve muito mais alto. Em julho de 2021, apresentou 5,3% acima de fevereiro de 2020”, relembra Santos.

Entretanto, nesta comparação com o nível pré-pandemia, o comércio varejista mostra desigualdades em termos setoriais. Há atividades muito acima, caso de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (20,7%), Combustíveis e lubrificantes (11,3%), Material de construção (2,3%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,2%). Já outras estão em patamar muito abaixo, caso de Livros, jornais, revistas e papelaria (-37,2%), com uma trajetória de perda muito por conta da própria lógica contemporânea do mercado, além de Tecidos, vestuário e calçados (-25,6%), Móveis e eletrodomésticos (-18,4%) e Veículos e motos, partes e peças (-12,4%). Venda de combustíveis cresceu

O recuo de 0,8% no volume de vendas do varejo em julho, na comparação com junho, apresentou queda em nove das 10 atividades pesquisadas, contando com o varejo ampliado. Apenas a atividade de Combustíveis e lubrificantes (12,2%) mostrou crescimento. “Resultado da política de redução do preço dos combustíveis”, justifica Santos, destacando a deflação de 14,15% no item demonstrado no IPCA de julho.

O maior recuo foi em Tecidos, vestuário e calçados (-17,1%). Para Santos, o comportamento na atividade tem alguns fatores. “Algumas das grandes cadeias comerciais apresentaram redução na receita, sobretudo na parte de calçados. Além disso, pode haver também escolhas do consumidor, considerando a redução da capacidade do consumo atual”, afirma.

As demais quedas foram em Móveis e eletrodomésticos (-3,0%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,0%), Equipamentos e material para escritório informática e comunicação (-1,5%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-1,4%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,6%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,5%). Já no comércio varejista ampliado, ambas os setores tiveram queda: Veículos e motos, partes e peças (-2,7%) e Material de construção (-2,0%).

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