Jornalista agredida por bolsonarista é antipetista militante

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Foto: Reprodução

Ao longo da carreira, a jornalista passou por veículos de imprensa como Veja, Folha de S.Paulo e Rádio Jovem Pan e recebeu vários prêmios, entre eles o Troféu Mulher Imprensa. Atualmente, é considerada uma das mais importantes comentaristas e palestrantes de política e economia do Brasil.

Vera foi contratada como colunista de política no Estadão em 2016 e atuou no jornal até 2020.

Dentre os muitos furos de reportagem creditados à jornalista está o do desabafo telefônico flagrado por ela em 2007 de Ricardo Lewandowski com seu irmão. O ministro do STF dizia ao interlocutor, pelo celular, que o Supremo havia recebido a denúncia do mensalão, naquele dia, porque votara “com a faca no pescoço” graças à pressão da imprensa.

Outro furo importante, que teve grande repercussão, foi a divulgação da convocação de Bolsonaro, via WhatsApp, para participação em atos golpistas, contra o Congresso Nacional em 2020. Como reação, uma falsa troca de mensagens foi criada com o intuito de difamar a jornalista.

Ao término do debate da noite de terça, Vera foi abordada por Douglas Garcia, que começou a ofender e andar em direção à jornalista, dizendo dizendo que ela é uma “vergonha para o jornalismo brasileiro”. A mesma frase foi utilizada por Bolsonaro para responder a uma pergunta da jornalista no debate presidencial da TV Bandeirantes.

“É assim que essas pessoas tratam a imprensa”, tuitou Vera junto com um vídeo do ataque.

 

O deputado estadual disse que “não se arrepende”. Em vídeo publicado nas redes sociais, o parlamentar disse que registrou um boletim de ocorrência por “calúnia” contra a jornalista e afirmou que “não houve agressão”. “Não me arrependo de absolutamente nada do que eu fiz hoje. Se é para pedir desculpas para alguém não é para jornalista nenhum. Vou pedir desculpa para o Tarcísio (de Freitas, candidato do Republicanos).”

Douglas publicou uma foto antes do debate questionando se Vera estaria no local, mostrando que ele planejou a abordagem.

Essa não foi a primeira vez que o deputado atacou Vera. Ainda neste ano, ao lado do pastor Silas Malafaia, acusou a jornalista de receber R$ 500 mil por ano da fundação ao qual pertence a TV Cultura para atacar o presidente Bolsonaro. No entanto, como mostrou o Estadão Verifica, Vera tem contrato vigente desde 2019 com a Fundação Padre Anchieta (FPA) e o pagamento mensal da jornalista é de R$ 22 mil, o que significa um valor anual de R$ 264 mil, pouco mais da metade do valor citado pelo pastor.

Estadão