Maioria acha que só Lula manterá auxílio de R$ 600
Foto: Rivaldo Gomes – 9.ago.2022/Folhapress
O ex-presidente Lula (PT) é o candidato com mais chances de manter o valor do Auxílio Brasil em R$ 600 no ano que vem para a maior parte das pessoas que recebem o benefício, segundo pesquisa Datafolha.
Para 53% dos beneficiários entrevistados, o valor atual tem mais possibilidades de ser mantido com a eleição de Lula. O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi citado por 37% como o candidato mais propenso a dar continuidade ao pagamento de R$ 600.
Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) aparecem com 1% cada. Os demais candidatos, somados, também atingiram 1%.
Para 2% dos beneficiários do Auxílio Brasil, nenhum dos concorrentes ao Planalto manterá os pagamentos de R$ 600 em 2023. Aqueles que não opinaram somam 5% dos entrevistados.
Principal aposta do governo Bolsonaro em busca da reeleição, o Auxílio Brasil de R$ 600 começou a ser pago em agosto. O acréscimo de R$ 200, sobre o valor de R$ 400, tem validade somente até dezembro deste ano.
No Orçamento de 2023, existe apenas a previsão para a correção pela inflação do valor anterior ao acréscimo. O atual governo prevê que o benefício deverá ser de R$ 405 por família no próximo ano.
Quando considerados todos os entrevistados pelo Datafolha, beneficiários ou não do Auxílio Brasil, há um estreitamento na diferença entre Lula e Bolsonaro quanto à expectativa sobre qual deles está mais inclinado a continuar pagando o acréscimo.
Para 45%, Lula é o presidenciável com mais chance de manter o pagamento de R$ 600 no próximo ano. Bolsonaro surge com 40% como o favorito para prolongar o valor atual. Ciro Gomes é citado por 2% e Simone Tebet, por 1%. Outros candidatos, quando agregados, aparecem com 1%.
Para 4% dos entrevistados, nenhum dos concorrentes permitirá que o programa seja continuado com o adicional de R$ 200 por família, enquanto 7% não opinaram.
Oito em cada dez eleitores são favoráveis à manutenção do valor do Auxilio Brasil em R$ 600 para o próximo ano, de acordo com o levantamento do instituto.
Para 82% dos entrevistados, independentemente de receberem ou não o benefício, o pagamento com o acessório de R$ 200 deveria ser mantido pelo candidato que vencer a eleição presidencial.
Apenas 8% dos eleitores disseram que o benefício precisaria voltar a ser de R$ 400. Para 3%, ele deveria acabar. Outros 2% defenderam valores superiores a R$ 600. Do total, 4% não opinaram.
Considerando apenas as respostas de membros de famílias beneficiadas pelo Auxílio Brasil, o apoio à manutenção dos R$ 600 sobe para 90%. Para 5% desse grupo, porém, o futuro presidente deveria voltar a pagar os R$ 400 em 2023.
A necessidade de ampliação do valor foi citada por 1% dos entrevistados. Também somaram 1% aqueles que, mesmo sendo beneficiários, defendem o fim do programa.
Eleitores de Lula e Bolsonaro são majoritariamente favoráveis à continuidade dos pagamentos com o acréscimo.
Entre aqueles que pretendem votar no petista, 84% querem a manutenção do Auxílio Brasil de R$ 600. Nas respostas de eleitores bolsonaristas, 81% também apoiaram a permanência do valor.
O início do pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600, porém, segue sem representar vantagem para Bolsonaro sobre Lula entre os beneficiários do programa.
Considerando essa parcela dos eleitores, o candidato à reeleição obteve 29% das intenções de votos, na atual pesquisa, contra 28% nos dois levantamentos anteriores, realizados de 16 a 18 de agosto e entre 30 de agosto e 1º de setembro. A oscilação está dentro da margem de erro.
Lula manteve os mesmos 56% de intenção de voto em relação às duas pesquisas anteriores, também considerando eleitores de famílias beneficiadas pelo programa de distribuição de renda.
Ciro Gomes apareceu com 4%. Antes, tinha 7%. Simone Tebet ficou com 3%, contra 2% na pesquisa que antecedeu a atual.
O Datafolha perguntou quais benefícios sociais do governo federal os entrevistados recebem e o Auxílio Brasil apareceu como o mais comum, quando comparado ao Vale-Gás e aos auxílios para caminhoneiros e taxistas.
Na comparação com a pesquisa da semana passada, os índices de beneficiários ficaram estáveis, com 26% declarando receber diretamente ou morar com alguém que recebe o Auxílio Brasil. Antes, eram 24%.
Declararam receber ou morar com algum beneficiário do Vale-Gás 8% dos eleitores, ligeiramente abaixo dos 9% da consulta anterior.
No caso do Auxílio Caminhoneiro, 1% declarou ser beneficiário ou residir com alguém que recebe o pagamento. Esse percentual não mudou em relação à última pesquisa.
O Auxílio Taxista foi citado, mas não alcançou 1% das menções.
Mulheres são maioria entre as pessoas que recebem o Auxílio Brasil. Elas representam 29% do público entrevistado. Os homens são 23%.
Daqueles que não recebem o Auxílio Brasil, 18% estão no Cadastro Único do governo federal. Antes, esse grupo representava 16%.
O instituto Datafolha realizou 2.676 entrevistas presenciais em 191 municípios, com eleitores de 16 anos ou mais de todas as regiões do país, entre quinta (8) e sexta-feira (9).
A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. A pesquisa, contratada pela Folha e TV Globo, foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR-07422/2022.