TSE nega acordo com militares
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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou nesta segunda-feira que as Forças Armadas não terão “acesso diferenciado em tempo real” aos dados da apuração dos votos na eleição deste ano. A nota foi divulgada após a publicação, pela “Folha de S.Paulo”, de detalhes sobre como as Forças Armadas pretendem fazer uma checagem própria da apuração em tempo real usando o acesso franqueado pela Justiça Eleitoral aos boletins de urna.
Qualquer pessoa pode fazer uma apuração paralela, a partir dos boletins de urnas (BUs) emitidos após o fim da votação. Isso já era possível antes e continuará sendo possível agora, mas de forma mais facilitada. Antes, os boletins eram afixados nas sessões de votação. Agora, também estarão disponíveis na internet.
“O TSE reitera informação amplamente divulgada em junho passado sobre a contagem de votos, a partir da somatória dos BUs, ser possível há várias eleições e que para o pleito deste ano, foi implementada a novidade de publicação dos boletins de urnas pela rede mundial de computadores, após o encerramento da votação para acesso amplo e irrestrito de todas as entidades fiscalizadoras e do público em geral”, diz o TSE em nota.
O TSE disse que não houve nenhuma alteração em relação ao definido no semestre passado, que outras entidades fiscalizadoras não terão acesso diferenciado. A totalização dos votos, destacou “é competência constitucional da Justiça Eleitoral”. Disse ainda que qualquer pessoa interessada poderá somar por conta próprias os BUs “de uma, de dez, de trezentas ou de todas as urnas”.
De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, publicada nesta segunda-feira, técnicos das Forças Armadas pretendem conferir em tempo real a totalização de votos feitas pelo TSE, o que não ocorreu em eleições anteriores. Os militares pretendem colher em seções eleitorais 385 boletins de urna, que são públicos, e enviar os dados para o Comando de Defesa cibernética do Exército, que os compararia com os resultados, também públicos, divulgados pelo TSE.
Em junho, em nota, o TSE já tinha dito que a contagem simultânea de votos era possível, por meio dos arquivos dos BUs, que “correspondem efetivamente os resultados de cada seção eleitoral, disponibilizados em seu formato original”, ou seja, sem terem sido processados. Sua autenticidade, informo a Corte, é assegurada por meio de verificação de assinaturas digitais. A própria Justiça Eleitoral fez o aplicativo “BU na Mão” para ajudar nisso.
“Todas as medidas voltadas para garantir ainda mais transparência e segurança nas Eleições 2022 vêm sendo amplamente divulgadas pelo Portal do TSE e pela imprensa, o que leva a crer que questionamentos sobre o assunto acontecem apenas por desconhecimento técnico ou por motivações políticas”, diz trecho da nota de junho.