Bolsonaro adota tática de se desculpar
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Nesta reta final de campanha, Jair Bolsonaro foi convencido por seus assessores a se desculpar por frases grosseiras e nada empáticas que falou durante o mandato — e até antes dele.
É uma tentativa de diminuir o alto índice de rejeição sobretudo entre as mulheres, mas não só. O foco principal é atingir indecisos e eleitores que nele votaram em 2018, mas que se decepcionaram.
Pesquisas qualitativas foram levadas ao presidente para convencê-lo. Dessa estratégia faz parte incluir alguma ação positiva do governo logo em seguida ao pedido para que suas grosserias sejam relevadas.
A entrevista que deu à revista Veja na semana passada, marcou o início do mea culpa. Lá pelas tantas, disse:
— Eu errei, como naquela discussão com a Maria do Rosário em 2014 (quando afirmou que a deputada não merecia ser estuprada por ser “muito feia”). (…) Me exaltei, aconteceu.
Logo em seguida, afirmou que extrapolou quando falou da “fraquejada” por ter tido uma filha menina, depois de quatro homens.
Em duas entrevistas nesta semana, Bolsonaro repetiu o “modelo arrependido”. Numa delas, mandou um “eu peço desculpas, mas é a minha maneira de ser; tenho buscado melhorar no tocante a isso”.
Não foi à toa, portanto, que Flávio Bolsonaro, disse ontem ao GLOBO que “o presidente já está falando que, se magoou alguém por algo que disse, está pedindo perdão” e que “quando Bolsonaro briga com alguém é para cuidar do povo”.
A estratégia está em curso. Se vai colar a essa altura do campeonato, as urnas do dia 30 dirão.