Bolsonaro pede socorro a empresários

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Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniu na noite desta quinta-feira com um grupo de 70 empresários, executivos e empreendedores e pediu à plateia que “divulgue as verdades sobre seu governo” para ajudá-lo na campanha.

Bolsonaro não falou sobre a permanência do Ministro da Economia Paulo Guedes em um eventual novo governo. Um dos presentes afirmou que o presidente deixou em aberta tanto a possibilidade de permanência quanto a de troca.

Bolsonaro falou por cerca de duas horas em uma mesa redonda organizada por Tallis Gomes, empreendedor que fundou o aplicativo Easy Táxi e hoje é um dos sócios da startup de educação executiva G4. O evento ocorreu na sede da edtech, no bairro da Vila Olímpia.

Entre os presentes, além de Gomes e de seus sócios, estiveram no local nomes como Jorge Felipe Lemann, filho do investidor Jorge Paulo Lemann; Rafael Ferri, sócio do TradersClub; o pecuarista Rubens Inácio; e Bruno Lima, sócio-fundador da marca de café Caffeine Army. Havia, também, representantes de empresas de segmentos como indústria e moda, segundo Talles Gomes.

A imprensa não teve acesso ao evento e o presidente deixou o local sem dar declarações ou cumprimentar um pequeno grupo de sete apoiadores que o esperou em frente ao edifício da G4.

Gomes, que é um apoiador de Bolsonaro, afirmou ao GLOBO que o evento visava dar aos parceiros e alunos da G4 a oportunidade de falar sobre liderança e gestão com o presidente da República.

— O presidente afirmou que seu maior aprendizado foi sobre decisões. Ele disse que muitas vezes tem de tomar decisões importantíssimas com pouca informação e que é cobrado pelas escolhas que faz. Nesse processo, ele afirma que aprendeu que não tomar decisão é pior do que tomar e não estar certo. Essa é uma lição para nós — diz Gomes.

O executivo diz que Bolsonaro ainda está rouco, mas que se mostrou “alegre, humilde e razoável”.

Aos presentes, o presidente prometeu “continuar a condução da economia” nos moldes atuais e prometeu priorizar medidas que facilitem “a geração de emprego e facilitem a vida do empregador”. Disse, ainda, acreditar em uma virada no segundo turno.

— Vejo no presidente uma espécie de Visconde de Mauá, que dizia que o melhor programa econômico do governo é não atrapalhar aqueles que produzem — afirma Gomes, em referência ao banqueiro e industrial do século XIX.

Tallis Gomes, que em suas redes sociais têm defendido efusivamente o voto em Bolsonaro e criticado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diz que defende o governo, entre outros motivos, porque se vê como “fruto da meritocracia”. — Quero ter um governo que possibilite pessoas que vem do nada crescerem e não que funcione apenas para amigos, como o governo do PT — diz.

Entre as qualidades que o empreendedor afirma enxergar no governo atual, estão a nomeação de ministros técnicos, a exemplo de Paulo Guedes e Tarcísio de Freitas (ex-ministro da Infraestrutura e candidato ao governo de São Paulo), e “o altruísmo de ter levado adiante a privatização da Eletrobras em ano eleitoral” mesmo sob críticas. Entre os poucos defeitos que vê em Bolsonaro, diz que faltou eventualmente “parcimônia nas palavras” e que a relação com a imprensa “poderia ser mais próxima”.

O Globo