Bolsonaro tenta se desvincular de Jefferson
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A granada que Roberto Jefferson lançou neste domingo sobre policiais federais também teve efeito bombástico na campanha de Bolsonaro. Neste momento, a ordem é tentar desvincular completamente o presidente Bolsonaro de qualquer relação com o ex-deputado federal e presidente de honra do PTB.
Por outro lado, o governo se viu ligado de forma umbilical ao episódio. Não por acaso, o ministro da Justiça foi escalado para acompanhar o caso de perto. Torres acabou se deslocando para Juiz de Fora (MG), que fica a cerca de 50 quilômetros da cidade do ex-deputado, Levy Gasparian, e lá permaneceu. Há grande receio de como o ataque com granada e tiros lançados pelo ex-deputado contra policiais repercutirá entre os eleitores.
Uma das evidências do curto-circuito está na justificativa do pedido da ida de Torres ao Rio feita por Bolsonaro e que acabou não acontecendo. Coordenadores da campanha afirmam que o ministro foi convocado para ir ao local para “repudiar” o ataque de Roberto Jefferson à PF. Já a assessoria de imprensa do ex-deputado, que se encontrava em prisão domiciliar, afirma que Jefferson exigiu a presença do ministro para negociar sua entrega à PF.
Pressionado, Bolsonaro gravou um vídeo no qual diz que o “tratamento dispensado a quem atira em policial é o de bandido” e que Jefferson foi preso. Faltou combinar com aliados de primeira ordem, como o deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ). O parlamentar foi às redes sociais dizer que falou com a assessoria de Bolsonaro e que o presidente havia tomado a decisão de “mandar as Forças Armadas proteger o nosso Roberto Jefferson”.