Jornal conservador britânico narra vida de Lula
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Com o retorno ao poder, Lula volta a ser glorificado no exterior. No inglês Financial Times, “Volta de Lula é o triunfo mais recente em uma vida passada lutando contra as adversidades” (acima). No segundo enunciado, “Ascensão de engraxate pobre ao cargo mais alto do Brasil inspirou milhões em nação profundamente desigual”.
Abrindo o perfil: “A jornada de uma cela de prisão há quatro anos para conquistar o cargo mais alto pela terceira vez é uma história de retorno político como poucas outras. No entanto, o sucesso do ex-líder sindical, derrotando seu rival Jair Bolsonaro, é apenas a mais recente vitória em uma vida de triunfo contra a adversidade, que o tornou um dos nomes políticos mais famosos do mundo”.
O francês Le Figaro foi pela mesma linha, sob o título “Lula, a vida extraordinária do incansável campeão da esquerda” (acima).
Abrindo o perfil: “Quinta, três dias antes do segundo turno, Lula soprou privadamente 77 velas em seu bolo de aniversário. Um momento de trégua numa campanha violenta como o velho lutador nunca conheceu nas cinco candidaturas anteriores. Sua eleição é, sem dúvida, a última do ícone da esquerda latino-americana, cuja longa vida política e pessoal foi marcada por dramas, vitórias, quedas, renascimentos. Nunca se deve enterrar rápido demais um político do calibre de Lula, nascido na pobreza”.
Na agência de notícias americana Associated Press, por Washington Post e outros, “‘Nossa fênix’: os altos e baixos de Lula no Brasil desafiam a capacidade de acreditar” (acima).
Abrindo o perfil: “Há quatro anos, a reputação e o futuro político de Luiz Inácio Lula da Silva estavam em frangalhos. Após uma improvável ascensão da pobreza a líder sindical e à Presidência, o homem universalmente conhecido como Lula foi parar na prisão. No domingo –em mais uma reviravolta– os brasileiros o escolheram pela margem mais estreita para liderar mais uma vez a quarta maior democracia do mundo. ‘Eles tentaram me enterrar vivo, e eu estou aqui’, disse”.
O correspondente do inglês The Guardian, Tom Phillips, procurou escapar dos clichês e entrevistou o “biógrafo e amigo” Fernando Morais, para o perfil “Lula: a ascensão, queda e ascensão do presidente eleito do Brasil”, destacando duas passagens.
Uma delas foi a “gota d’água” para Lula, que resistia se engajar mais no sindicato, “quando o irmão foi sequestrado e torturado pelas forças de segurança” da ditadura militar em 1975. “Foi um momento decisivo”, ressalta Morais. Outra foi uma “bronca” do líder cubano Fidel Castro, quando o petista quis desistir da política ao perder sua primeira eleição, para governador, em 1982.