Kennedy Alencar: armação contra governador Alagoano
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Para o colunista do UOL Kennedy Alencar, a operação da Polícia Federal que afastou o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), nesta terça-feira (11), teve um cunho eleitoral, com possível interferência no cenário nacional.
“A gente está a menos de 3 semanas do 2º turno. Está claro para mim o cunho eleitoral e político dessa acusação. Isso tem que ser investigado e ver o mérito das acusações. Mas a gente está a 3 semanas do 2º turno. Essa operação tem um ‘timing’ politico e foi feito a pedido da Polícia Federal”, destacou Kennedy no O Radar das Eleições.
Dantas é suspeito de desvio de dinheiro público na época em que era deputado estadual. Ele é apoiado por Lula (PT) em Alagoas, enquanto o adversário dele, Rodrigo Cunha (União), recebe apoio de Jair Bolsonaro (PL). Por isso Kennedy afirmou que a operação pode interferir no cenário nacional.
“Parece abuso. Parece mais uma vez interferência do Bolsonaro em uma manipulação da Polícia Federal, que deixa de ser uma polícia de governo e vira polícia de facção, de partido político”, afirmou o colunista.
Kennedy também classificou como “escandaloso” o uso que Bolsonaro tem feito de instrumentos do governo para buscar a reeleição. “Isso vai levar o Brasil a ter que fazer um debate sobre o instituto da reeleição, porque o precedente aberto pelo Bolsonaro nessa campanha é escandaloso a meu ver”.
Kennedy também apurou sobre como deve ser a postura de Lula no debate da Band, marcado para domingo (16). De acordo com o colunista, o petista não deve começar os ataques, mas não ficará no modo “paz e amor”.
“Ele vai querer falar mais de economia e comparar os dois governos. A prioridade é manter a rejeição do Bolsonaro alta e não deixar a avaliação do governo Bolsonaro melhorar. Mas não será o Lulinha paz e amor. Vai ser aquele que pediu direito de resposta no debate da Globo e foi para o enfrentamento”, contou Kennedy.
Já Carla Araújo, que também participou do O Radar das Eleições, apurou a estratégia de Bolsonaro para o debate. Ela contou que o presidente pretende ir para o ataque no “modo Carluxo on” – referência a Carlos Bolsonaro, que costuma atacar Lula nas redes sociais.
“Hoje a corrente que está ganhando força, até por decisão do presidente, é repetir o estilo que ele adotou no primeiro bloco do debate da Globo, que é um estilo mais agressivo e provocador. A avaliação é que, se Bolsonaro conseguir tirar Lula do sério, como fez o Padre Kelmon, pode ser uma coisa boa, porque ele poderia mostrar uma instabilidade do Lula. E com isso Bolsonaro eventualmente poderia conquistar alguns votos”, explicou Carla.