Lula faz campanha pessoal contra abstenção
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No último dia de propaganda eleitoral em rádio e televisão, uma das peças da campanha do ex-presidente Lula (PT) pregou contra a abstenção e adiantou o programa eleitoral completo no Instagram de manhã.
“Meus amigos e minhas amigas, falta pouco para a gente mudar o Brasil. Acabar com a fome, gerar emprego, reajustar o salário mínimo acima da inflação, trazer de volta o Minha Casa, Minha Vida, renegociar a dívida das famílias e garantir crédito barato para quem deseja empreender”, diz Lula. “Para isso, precisamos do seu voto. Vá de ônibus, de bicicleta, de moto, pega uma carona, mas não deixe de votar. Aperte 13, vamos juntos construir o nosso futuro”.
No primeiro turno, 20,94% dos eleitores faltaram, ou seja, a cada cinco eleitores registrados no Tribunal Superior Eleitoral, um não foi. O aumento deste percentual é uma das preocupações da campanha de petista, mas o número de eleitores beneficiados pelo passe livre vai dobrar neste segundo turno. Em relação à votação de 2 de outubro, 17,98 milhões de pessoas a mais terão acesso à gratuidade nos transportes públicos, após todos os 26 centros do poder nos estados, além de Brasília, terem anunciado o incentivo para o exercício do direito ao voto. Nessas cidades, a isenção das tarifas estará disponível a um total de 35,87 milhões de eleitores — medida que foca, principalmente, em cerca de 7,1 milhões deles que não compareceram às seções no primeiro turno.
Na corrida presidencial, tais medidas podem soar como boas notícias tanto para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto para Jair Bolsonaro (PL). Mas, segundo analistas, são capazes de apaziguar mais preocupações na campanha petista, uma vez que beneficiam, sobretudo, os mais pobres, parcela da população que dá mais votos para o ex-presidente do que para seu adversário. Não à toa, Lula e seus apoiadores têm reforçado a mobilização para que uma maior quantidade de pessoas vá às urnas no dia 30 de outubro, lançando mão, inclusive, de ligações telefônicas feitas por famosos para convencer indecisos sobre a importância de não faltar às urnas.
O último programa de TV de Lula traçou rapidamente a trajetória do político pernambucano desde a infância pobre até a chegada à presidência. O candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin, foi o primeiro a falar no vídeo (“Precisamos nos unir acima das diferenças. Do nosso lado, tem lugar para todos os democratas”), seguido pela senadora Simone Tebet (“Eu vejo em Lula uma pessoa que tem a capacidade de reconstruir o Brasil e unir novamente as famílias brasileiras) e pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (“Nas eleições não tem dúvida, vote no 13, vote em Lula, porque ele vai melhorar ainda mais a sua vida).
A peça usou também imagens do encontro entre Lula e Papa Francisco, em fevereiro de 2020, quando o candidato começou a dizer que, durante a campanha, reuniu pessoas de “vários partidos e gente de sem nenhum partido, gente de centro de esquerda e de direita, gente de todas as religiões, brasileiros e brasileiras que não aguentam mais a violência política.”
O ator Lázaro Ramos narrou o clipe final, que antecedeu uma versão da música “Amanhã”, de Guilherme Arantes.
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