Lula oferece pautas sobre segurança à classe média
Foto: Marlene Bergamo-6.out.2022/Folhapress
A campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende priorizar a discussão sobre segurança pública, para atrair votos da classe média.
A estratégia inclui o detalhamento de propostas como a fixação de metas de redução de índices de criminalidade e a criação de um órgão nacional que centralize políticas para o setor.
Ex-governador do Piauí e um dos coordenadores de campanha de Lula, Wellington Dias (PT) diz que concorda com a senadora Simone Tebet (MDB-MS) quando ela diz que é preciso detalhar mais as propostas para atrair o eleitor indeciso.
No caso da classe média, a estratégia terá como pilares as pautas de segurança pública e economia.
“O presidente assume o compromisso de ter uma área para cuidar da segurança, ter o poder central coordenando todos os governos, inclusive os nossos. Uma coordenação nacional”, afirma Dias.
“O crime se organizou não apenas nacionalmente, mas globalmente. Então há necessidade de participação de um poder central integrado, coordenando os estados e os municípios, atento à proteção das fronteiras, à não entrada de armas e drogas, que são problemas graves do Brasil”, completa.
Outra proposta na área de segurança será a elaboração de um plano de metas, afirma o ex-governador.
“Esse poder central, pela primeira vez na história, vai coordenar uma política estratégica com metas, como a gente já tem para saúde, educação, para o social, agora teremos para a segurança. Haverá também um fundo que garanta as condições de recursos, com a exigência de contrapartida no atingimento de metas, com redução de homicídios, roubos, furtos, o que aflige a população em cada canto do Brasil”, detalha Dias.
Recém-eleito senador do Piauí, ele falou ao Painel nesta quinta-feira (6), após participação em ato pró-democracia em São Paulo com Geraldo Alckmin (PSB), Marina Silva (Rede), Aloysio Nunes (PSDB), entre outros.
Na área econômica, o olhar para a classe média deve se apoiar na repetição do mote da estabilidade e previsibilidade e também em propostas mais concretas, como o reajuste nas faixas de isenção do Imposto de Renda e a incorporação do plano de Ciro Gomes (PDT) de negociação de dívidas.
“Como diz o Ciro Gomes, vamos encontrar uma alternativa para poder trazer de volta mais de 80 milhões de pessoas que estão fora da economia por inadimplência, por endividamento. Já está no programa, agora melhorado com a proposta que ele apresentou. Vamos tratar os endividados como prioridade”, afirma Dias.
Como mostrou a Folha, os economistas de Lula pedem maior foco na atração de votos da classe média.
“O PT vai ter que repensar a sua estratégia, vai ter que atingir segmentos da população do centro, a classe média que foi capturada por Bolsonaro, mostrar que vamos fazer políticas voltadas também à classe média, que está sofrendo impacto da inflação e teve piora no padrão de vida”, disse Guido Mantega.