Políticos de direita desidratam na eleição
Foto: Arte g1
Nomes importantes da política tiveram desempenho pior nas eleições para Deputado Federal de 2022 que em pleitos anteriores.
Alguns conseguirem se eleger, mas com um número de votos bem mais baixo que o registrado em eleições anteriores. Outros foram derrotados e ficarão sem mandato a partir de 2023.
Veja alguns casos de destaque na Câmara dos Deputados. Em seguida, confira outros casos marcantes de políticos que tentaram outros cargos e não conseguiram, após serem bem votados em eleições passadas.
Joice Hasselmann
Em 2018, Joice Hasselmann foi a mulher mais votada para a Câmara dos Deputados na história do Brasil, com 1 milhão de votos. Ela era uma das principais aliadas do presidente Jair Bolsonaro, com quem rompeu em 2019. Em 2022, concorrendo ao mesmo cargo, perdeu 99,9% dos eleitores.
Votos em 2018: 1.078.666 (eleita)
Votos em 2022: 13.679 (não eleita; ficou como suplente)
Votos perdidos em quatro anos: 1.064.987
Tiririca
O humorista passou de “puxador de votos” a “puxado” – se antes era campeão nas urnas e ajudava o partido a eleger outros candidatos, em 2022 passou de raspão, graças a colegas mais votados. Dos 70 eleitos em SP, ele ficou em 70º lugar.
A queda vem desde 2010, quando ele foi o candidato a deputado federal mais votado do país, com 1,3 milhão de votos. O patamar em 2018 já era menor, com 450 mil eleitores, e despencou 85% em 2022.
Votos em 2018: 453.855 (eleito)
Votos em 2022: 71.754 (eleito)
Votos perdidos em quatro anos: 382.101
Aécio Neves
Aécio Neves (PSDB) foi eleito sem muita folga em 2022 para a Câmara. A queda em quatro anos percentualmente não foi tão grande, mas é notável para um político que já foi governador e senador por Minas Gerais e teve 51 milhões de votos para presidente no 2º turno de 2014.
Votos em 2018: 106.702 (eleito)
Votos em 2022: 85.341 (eleito)
Votos perdidos em quatro anos: 21.361
O terceiro filho de Jair Bolsonaro continua sendo um dos campeões de votos na Câmara. Ele foi o 3º candidato mais votado para deputado federal em São Paulo em 2022, com 741.701 eleitores, e se tornou o 4º maior “puxador” dessa eleição no Brasil.
Ainda assim, ele teve a maior queda total de votos entre os candidatos para a Câmara dos Deputados entre 2018 e 2022. Eduardo teve 1,1 milhão de votos a menos do que na eleição passada.
Votos em 2018: 1.843.735 (eleito)
Votos em 2022: 741.701 (eleito)
Votos perdidos em quatro anos: 1.102.034
Figuras tradicionais da política não conseguiram se eleger em outros cargos. O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PTB) mudou-se do Rio de Janeiro para São Paulo na tentativa de um novo mandato na casa. Não conseguiu: foram 5.044 votos. Em 2014, ele foi eleito deputado federal no Rio com 232.708 votos.
No Paraná, o senador Álvaro Dias (Podemos) foi derrotado por um antigo apadrinhado político, o ex-juiz Sergio Moro. Dias teve 1.396.089 votos nesta eleição (23,94%), contra 1.953.188 de Moro (33,5%).
Em 2014, quando foi eleito pela última vez, Dias havia recebido 4.101.848 votos (77% dos válidos). Ao todo, ele foi senador pelo Paraná por 28 anos.
Já o petista Fernando Pimentel (MG) não conseguiu um lugar na Câmara dos Deputados. Com apenas 37.009 votos em 2022, ele tornou-se suplente. Pimentel foi governador do estado, vencedor das eleições de 2014 em primeiro turno. Na época, o petista obteve 5.362.870 votos (52,98%).
Em 2018, inclusive, ele tentou a reeleição para o governo de Minas, mas foi derrotado por Romeu Zema (Novo).
Também na esteira de antigos aliados de Jair Bolsonaro, o ex-tucano Alexandre Frota (SP) não conseguiu uma vaga para deputado estadual — teve apenas 24.224 votos. Ele conseguiu 155.522 votos em 2018, quando foi eleito deputado federal. Neste caso, vale destacar que os cargos são diferentes.