Tebet vira braço direito de Lula
Foto: Maria Isabel Oliveira / O GLOBO
Focada em fazer acenos ao centro e ao eleitorado feminino no segundo turno, a campanha de Lula tem trabalhado em um roteiro com intensa participação de Simone Tebet (MDB-MS) nas agendas do petista, especialmente no Sudeste.
A proposta é que, a partir de quarta-feira, quando Tebet retornará do Mato Grosso do Sul a São Paulo, a senadora participe do maior número de eventos com o ex-presidente na região. Além de encontros da capital paulista, ela também será chamada para compromissos com Lula em cidades como Rio de Janeiro. Boa parte dessas agendas contará também com a presença do candidato a vice, Geraldo Alckmim (PSB-SP), para reforçar a ideia da frente ampla que a candidatura de Lula trabalha.
— Simone terá papel importantíssimo junto ao eleitorado feminino e também para destacar a união que a candidatura de Lula simboliza — disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos coordenadores da campanha petista.
Para a cúpula da campanha, a presença de Simone Tebet precisa ser explorada o máximo possível por simbolizar também mais uma guinada ao centro do projeto Lula. Ela também terá papel importante de dialogar com representantes do agronegócio e o empresariado. O cofundador da Natura, Pedro Passos, e a economista Elena Landau integraram a campanha de Tebet e já declararam apoio ao ex-presidente com a emedebista.
Lula tem sido cobrado a abrir mais seu plano econômica para tranquilizar o mercado financeiro. Ao selar seu apoio ao petista, na sexta-feira, Tebet pediu uma alternativa ao teto de gastos e defendeu a necessidade de adotar “uma âncora fiscal mínima”.
O plano da coordenação da campanha para a participação ativa de Tebet, no entanto, será detalhado nesta segunda-feira. Nesta data a equipe fará uma reunião de ampliação da coordenação, com a inclusão de partidos e apoiadores que manifestaram apoio a Lula no segundo turno.
No ato de apoio da senadora a Lula, na sexta-feira, o petista sinalizou que Simone Tebet pode ser convidada a participar de seu eventual governo. O ex-presidente disse que, se vencer a eleição, o Brasil “não será governado por um único partido, uma única ideologia, esse país é muito grande, precisamos juntar muitas pessoas para montar um governo”. Também disse esperar que Simone “esteja junto para ajudar a executar” propostas que pediu que a campanha de Lula incorporasse.