TSE vira campo de batalha de Lula e Bolsonaro

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Foto: Ricardo Stuckert/PT; Alan Santos/PR

As campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do candidato à reeleição, presidente Jair Bolsonaro (PL) não se enfrentam apenas nas urnas. Uma série de batalhas judiciais vêm sendo travadas em relação às estratégias eleitorais de cada um.

Na sexta-feira (7/10), o PT entrou com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que o Twitter cumpra o termo de cooperação firmado com a Corte para frear notícias falsas durante as eleições. Segundo a legenda, uma rede de 34 perfis, que incluem figuras públicas, perfis noticiosos e até anônimos, formariam uma rede articulada de fake news.

Com medo de que o TSE atenda ao pedido da campanha petista, Bolsonaro fez um apelo, durante sua entrevista ao canal Pilhado no YouTube, ontem. “Peço a Deus que nosso querido Alexandre de Moraes não entre nessa linha, até porque não tem motivos para derrubar essas 33 páginas. Duas são dos meus filhos”, disse.

Do outro lado, a campanha de Bolsonaro também recorreu à Corte para pedir a suspensão da veiculação de uma propaganda eleitoral em que associava o atual presidente a práticas de canibalismo. O ministro Paulo de Tarso Sanseverino determinou, no sábado, que a mídia fosse imediatamente suspensa. A decisão tem caráter provisório.

Sobre o tema, Bolsonaro fez comentários com indignação durante a entrevista. “Fica o tempo todo o pessoal batendo na mesma tecla, como agora: ‘pô, ele é canibal'”. Ninguém sabe o que aconteceu nos anos 1990, quando entrou esse assunto? Que eu publicamente falei? Que foi gravado em vídeo! Ninguém é canibal, meu deus do céu. Falamos sobre a tradição dos yanomamis, lá numa reserva indígena chamada surucucu”, justificou.

No vídeo, é exibido o trecho de uma entrevista de Bolsonaro em que ele afirmava que “comeria um índio sem problema nenhum”. A justificativa apresentada pela campanha de Bolsonaro foi de que a propaganda promove “grave e intencional descontextualização de entrevista concedida pelo candidato, como estratégia publicitária de desinformação e de criação artificial de estados mentais, emocionais e passionais, sugerindo que o representado seria capaz de consumir carne humana”, diz o texto.

O presidente afirmou, ainda, que não é verdadeiro que o ex-presidente Fernando Collor, que sofreu impeachment em 1992, será seu ministro, em caso de vitória nas urnas. “Segundo o (André) Janones (aliado de Lula), esse mentiroso, mal terrível a nação, eu vou colocar o Collor como ministro do Trabalho e Previdência e nós vamos confiscar a aposentadoria de todo mundo. Não sei quantos milhões de aposentados. Tem gente que acredita”, apontou. Bolsonaro disse que não há chances de que Collor seja convidado para ser seu ministro.

Correio Braziliense