COP-27: Lula falará sobre pobreza no mundo
Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles
Desde a concretização da vitória à Presidência, Lula tem adotado o tema de combate a fome como prioritário. No primeiro discurso como eleito, em Brasília, o tema voltou a ser citado.
O petista também deve mirar os acontecimentos recentes do Brasil, como por exemplo, as chuvas que atingiram as cidades de Belo Horizonte, Recife e Petrópolis e o aumento da seca. Outro ponto a ser abordado é a posição do país na produção de alimentos e alterações no modelo de adaptação.
O futuro presidente do Brasil foi convidado publicamente a participar do evento pelo presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sissi. Os dois também deverão ter um encontro.
Nesta quarta, Lula participar do evento “Carta da Amazônia– uma agenda comum para a transição climática”, junto com os governadores Waldez Góes (PDT-AP) Gladson Cameli (PP-AC), Mauro Mendes (União-MT), Helder Barbalho (MDB-PA), Wanderlei Barbosa (Republicanos-TO), e Marcos Rocha (União-RO).
Também na agenda de Lula, na quinta-feira (17/11), consta um encontro com representantes da sociedade civil brasileira, às 11 horas (16h de Brasília) e às 17h15 no Egito (22h15 em Brasília), participará do Fórum Internacional dos Povos Indígenas sobre Mudança Climática.
Na sexta-feira, o próximo chefe do Executivo federal segue para Portugal, à convite do presidente Marcelo Rabelo Sousa, onde tem encontro com autoridades portuguesas. No fim da semana, ele retorna para o Brasil.
A hospedagem do presidente eleito em Sharm el Sheikh, no Egito, é bancada pelo governo local. A informação foi confirmada ao Metrópoles pela assessoria de imprensa do petista.Lula chegou em Sharm El Sheikh na madrugada de terça-feira (15/11), horário local.
No Egito, Lula terá encontros bilaterais e participará da 27ª edição da Conferência das Partes das Nações Unidas (COP27). Uma das reuniões será com o enviado especial dos Estados Unidos para o clima, John Kerry. A informação foi divulgada pela assessoria de imprensa do petista. O encontro ocorrerá a portas fechadas.
O presidente eleito viajou ao país africano em um jatinho que pertence ao empresário José Seripieri Junior, fundador da Qualicorp e amigo há cerca de 10 anos do petista.
A expectativa é de que Lula tenha encontros bilaterais com o secretário-geral da ONU, António Guterres, e com os presidentes Joe Biden (EUA) e Emmanuel Macron (França). Os encontros visam reconstruir pontes partidas durante o último governo e reposicionar o Brasil no cenário geopolítico. A posição do presidente eleito no Brasil, bastante aguardada na cúpula da ONU, não deve ter grandes surpresas.
Ainda que tenha um histórico bastante diferente do atual governo de Jair Bolsonaro (PL) em termos de visão ambiental, o próximo mandatário brasileiro chegará ao Egito com missões não cumpridas, por fatores como a falta de recursos e a não execução de medidas concretas —, e com o aumento de conflitos diplomáticos.
Na ótica brasileira para a COP27, o protagonismo na questão da segurança alimentar; a quebra de barreiras na União Europeia ao agronegócio brasileiro – aliado à proteção da floresta amazônica; e a abertura para fontes energéticas sustentáveis, como o hidrogênio verde, devem pautar as discussões com a presença do próximo chefe do Planalto.
Além das barreiras do meio ambiente, há espaço para outras pautas relevantes, como o andamento do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, a ser discutido com Macron, e um posicionamento mais firme contra a Rússia, que deve estar na lista de assuntos propostos por Joe Biden.