PL dividirá com Tarcísio controle da Alesp
Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, acertou com o governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o apoio a um nome do Partido Liberal na eleição para a presidência da Assembleia Legislativa Paulista (Alesp), no pleito que ocorrerá em março do ano que vem.
Tradicionalmente, os partidos fazem um acordo para que a legenda que elegeu a maior bancada de deputados fique com o comando da Casa, mas isso não foi seguido na atual legislatura. Mesmo com menos parlamentares que o antigo PSL, o PSDB do governador Rodrigo Garcia não abriu mão da presidência da Alesp, hoje comandada pelo tucano Carlão Pignatari.
Antes mesmo da vitória de Tarcísio sobre o petista Fernando Haddad no segundo turno, o PL, que elegeu a maior bancada nesta eleição, com 19 deputados, e o Republicanos, partido de Tarcísio, já travavam uma disputa de bastidor pelo comando da Alesp.
Na última quinta-feira (18/11), Valdemar se encontrou com Tarcísio e acertou que o partido dele e do presidente Jair Bolsonaro contará com o apoio do futuro governador. Tarcísio sinalizou, contudo, que ficará neutro na disputa já existente, dentro do PL, entre deputados bolsonaristas e parlamentares ligados a Valdemar.
A conversa ocorreu justamente no período em que a cúpula do Republicanos, incluindo o presidente nacional do partido, deputado Marcos Pereira, está fora do país, em uma excursão religiosa a Israel.
O presidente do PL tentará emplacar o deputado André do Prado, seu afilhado político, na presidência da Alesp. Já a ala bolsonarista questiona a lealdade de Prado, que nem sequer apoiou Tarcísio no primeiro turno. Embora o PL integrasse a mesma coligação, o aliado de Valdemar ficou ao lado do governador Rodrigo Garcia.
Entre os bolsonaristas do PL, o nome que desponta como candidato ao comando da Alesp é o do deputado Gil Diniz – levado para a política pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, de quem foi assessor antes de se eleger pela primeira vez, em 2018.
O apoio ao PL na eleição da presidência da Alesp é uma forma de Tarcísio conter o apetite do partido por cargos no primeiro escalão do governo. A tendência é que o Republicanos, ao qual o governador eleito é filiado, e o PSD, sigla do vice-governador eleito Felício Ramuth e de Gilberto Kassab, fiquem com o maior número de secretarias cedidas a indicações.