PM bolsonarista atira em eleitor de Lula no CE
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Um capitão da Polícia Militar foi denunciado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) por atirar contra um vizinho após uma discussão política em um condomínio no Bairro Messejana, em Fortaleza. A denúncia foi recebida pela Justiça nesta segunda-feira (21). Vários casos de violência marcaram o acirramento da eleição 2022.
O crime aconteceu no dia 30 de outubro deste ano, data do segundo turno das eleições presidenciais disputada entre Lula e Bolsonaro. O militar, apoiador do presidente Jair Bolsonaro e o vizinho, eleitor de Lula, ingeriam bebida alcoólica no condomínio onde moram, quando iniciaram uma discussão, por volta das 4h40min.
Após o desentendimento, o policial foi ao carro da vítima e retirou adesivos e bandeiras com referências ao PT. O homem foi à portaria para reclamar da situação ao síndico, momento em que foi baleado na presença do porteiro com disparos no abdômen.
O agente fugiu no próprio carro, enquanto a vítima foi socorrida por familiares e moradores do prédio. A vítima foi atingida por quatro disparos na região do abdômen e sobreviveu.
Durante a fuga, o PM foi parado no posto da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) de Aquiraz, entregou a arma utilizada no crime e foi preso em flagrante. Na ocasião, ele relatou que foi desafiado pela vítima a atirar. Testemunhas disseram que o homem baleado estava desarmado.
A denúncia do Ministério Público pede a condenação do acusado por tentativa de homicídio, com motivo fútil (divergência política) e considerando que a vítima foi atingida por disparos de arma de fogo em região letal.
O órgão pede ainda a perda da função pública, considerando que acusado “abusou de poder da função pública” que ocupa: integrante da polícia militar, com permissão para portar arma de fogo.
Em caso de condenação, a denúncia exige pagamento de R$ 13.500 para reparar danos causados pelo policial à vítima.
A Controladoria Geral de Disciplina (CGD), órgão que investiga e pune servidores que atuam em serviços da segurança no Ceará, apura a “conduta transgressiva” atribuída ao agente, bem como, “sua incapacidade dele para permanecer na situação de inatividade da Polícia Militar”. A medida foi publicada do Diário Oficial do Estado no dia 10 de novembro.
Segundo a CGD, o principal motivo da briga que ensejou os disparos foi uma discussão decorrente da retirada de alguns adesivos e bandeiras de veículos por parte do Oficial preso, que não gostou quando a vítima foi denunciá-lo ao porteiro do condomínio.