PRF culpa ex-chefe bolsonarista por violações

Destaque, Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O aparelhamento da Polícia Rodoviária Federal pelo governo de Jair Bolsonaro tem preocupado integrantes da equipe de transição.

O grupo de trabalho que trata de segurança pública, encabeçado pelo senador eleito Flávio Dino, do PSB, vem conversando com representantes da corporação para tentar mapear o nível de infiltração.

Recentemente, uma parte da equipe se reuniu com integrantes de duas entidades que representam os policiais rodoviários.

Na lista de assuntos tratados estava a operação que parou ônibus que transportavam eleitores no dia do segundo turno das eleições.

Integrantes da transição perguntaram, por exemplo, se foi aberta alguma investigação interna para apurar de quem partir a ordem para fazer os bloqueios — por ter se concentrado no Nordeste, a operação, ao menos teoricamente, serviu para retardar a chegada de eleitores de Lula aos locais de votação.

Uma das reuniões foi com o presidente da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais, a FenaPRF, Dovercino Borges Neto. Desse encontro, o próprio Flávio Dino participou. Borges Neto tratou de restringir o engajamento em favor das causas bolsonaristas aos integrantes de postos de chefia da corporação.

Ele explicou que, para resolver o problema, basta trocar os atuais ocupantes dos cargos de direção. “A conversa foi para esclarecer isso, para dizer que apesar da conduta da alta gestão, os policiais não compactuam com qualquer tipo de conduta que ataque a democracia”, disse Borges Neto à coluna. “Não é algo em que a categoria como um todo está contaminada”, afirmou ainda.

O atual diretor da PRF, Silvinei Vasques, é apontado como ponta de lança do bolsonarismo dentro da instituição. Às vésperas do segundo turno, ele chegou a pedir voto para Bolsonaro nas redes sociais.

A equipe de transição também tem conversado com ex-dirigentes da PRF da era petista — é o caso de Maria Alice Nascimento, que foi diretora da corporação por seis anos, durante os governos de Lula e Dilma Rousseff.

Metrópoles