Crítico do bolsonarismo é novo presidente do TCU
Foto: Leo Pinheiro/Valor
O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, tomou posse nesta quarta-feira prometendo colocar o órgão de controle a serviço das políticas sociais voltadas ao combate à pobreza e à desigualdade.
Sob olhares do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, Dantas lembrou a coincidência de sua cerimônia de posse ocorrer no Dia Nacional de Combate à Pobreza, oficializado por lei assinada por Lula, em 2003.
“O presidente Lula mobiliza nossas consciências para a questão da fome. Eu não poderia não convidar a todos sobre a situação social do país”, afirmou Dantas em seu discurso de posse.
Em um recado indireto ao governo atual, o novo presidente do TCU disse ainda que o país viveu um “retrocesso civilizatório” nos últimos anos. Ele também lembrou da atuação do TCU na fiscalização das urnas eletrônicas e no combate às fake news. “Não é patriota quem prega a violência, quem destrói o patrimônio público ou privado, quem agride ou fere terceiros por divergências ideológicas. Quem se arma para derramar o sangue de seus patrícios”, afirmou.
Dantas disse ainda que quebrou o protocolo da solenidade ao convidar para a mesa principal o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, uma das vítimas preferenciais dos ataques bolsonaristas. “Esse homem que encarna o vigor das instituições brasileiras na defesa da democracia”, afirmou Dantas.
Além de Lula e Moraes, prestigiaram a posse o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL); do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, entre outras autoridades.
Do governo Bolsonaro, estiveram presentes o ministro da Economia, Paulo Guedes, das Relações Exteriores, Carlos França, e da Casa Civil, Ciro Nogueira.
Dantas chega à presidência do TCU poucos meses antes da próxima indicação para o Supremo, resultante da aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski.
Ele está entre os cotados para a indicação, que será feita por Lula. Sempre que questionado, ele diz que o STF não está em seus planos, mas abriu seu discurso de posse dizendo que “tudo tem seu tempo determinado”.