
DF deve proibir acampamentos bolsonaristas
Foto: Naiara Santos / OVALE
O secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Júlio Danilo Souza Ferreira, disse nesta segunda-feira que a manutenção do acampamento bolsonarista em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília “será reavaliada” após os atos de vandalismo na capital.
Ele ponderou, no entanto, que o governo distrital não tem jurisdição para retirar os manifestantes da área, mas afirmou que mantém contato com o Exército para monitorar a situação dos manifestantes, que pedem um golpe militar para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
“A questão da manutenção ou não do acampamento vai ser reavaliada”, disse. “Quem estiver envolvido em ato de vandalismo ou que tenha cometido crime hoje será responsabilizado, esteja no acampamento aqui ou seja residente em Brasília.”
Questionado, ele admitiu que parte dos responsáveis pelos atos de depredação está acampada em frente ao QG.
“Parte desses manifestantes estava no QG, nesses acampamentos, e participaram desses atos. Quem for ali identificado será responsabilizado”, afirmou. “Esse acampamento se encontra em uma área militar, sob jurisdição militar. E todo ato de atuação, intervenção, tem que ser feita em coordenação com as Forças Armadas. No caso, lá, o comando do Exército.
Eles têm colaborado, têm tentado organizar. Mas como está dentro de uma área militar a organização acaba cabendo a eles.”
O secretário afirmou, entretanto, que as manifestações antidemocráticas “vinham ocorrendo, como deve ocorrer, de forma pacífica” e que “isso é garantido constitucionalmente”.
“Até então, nós não tínhamos tendo atos dessa magnitude, de vandalismo nesse sentido”, disse. As manifestações vinham ocorrendo, como deve ocorrer, de forma pacífica. Isso é garantido constitucionalmente. Mas não será admitido que continue com atos de vandalismo na cidade.”
Ele afirmou ter filmagens para identificar quem participou ou não dos protestos violentos da noite desta segunda-feira.
Souza Ferreira falou com a imprensa durante entrevista coletiva convocada pelo futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, indicado ao cargo pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Dino afirmou que os atos foram provocados por um pequeno grupo de manifestantes e que “haverá a investigação cabível por parte do Governo do Distrito Federal, e posteriormente por parte das autoridades federais”, em relação à hipótese de os atos terem sido premeditados.
“Ninguém, absolutamente ninguém, com atos de violência vai fazer cessar a responsabilização”, afirmou Dino.