Lula e emissário de Biden estendem conversa
Foto: Ricardo Suckert/Divulgação
Após o encontro com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, afirmou que os dois países têm pautas em comum, além do desejo de desenvolver uma “relação construtiva” com “engajamento ativo e regular”.
A informação foi dada por uma alta autoridade do governo americano. Sullivan se reuniu com Lula nesta segunda-feira (5). A conversa estava prevista para durar apenas 15 minutos, mas se estendeu por mais de 1h30.
Segundo a fonte do governo americano, o Brasil pode ser uma voz “muito importante” e “poderosa” em questões globais, como as mudanças climáticas, a segurança alimentar, a redução da pobreza e a promoção da democracia.
Esses pontos são prioridades dos dois países e, ainda de acordo com a autoridade americana, o presidente dos EUA, Joe Biden, e Lula estão “muito alinhados”.
A alta autoridade americana também apontou que, durante a reunião, Sullivan e o presidente eleito do Brasil discutiram:
Reforma do Conselho de Segurança da ONU
Guerra na Ucrânia
Situação na Venezuela
Viagem de Lula aos EUA
Sullivan e Lula falaram rapidamente sobre a reforma do Conselho de Segurança da ONU, medida apoiada por Biden.
As limitações do Conselho de Segurança no conflito na Ucrânia voltou a colocar em debate a necessidade de reformar o órgão – discussão que ocorre há decadas. Em novembro, a Assembleia Geral da ONU voltou a analisar a mudança.
Sullivan e Lula discutiram longamente sobre a guerra da Rússia na Ucrânia. Eles concordaram em manter a comunicação e demonstraram interesse de trabalhar juntos para encontrarem uma solução pacífica para o conflito.
O presidente eleito do Brasil afirmou, na última sexta-feira (3), que a guerra é desnecessária.
“Nós [Lula e Biden] vamos conversar política, a relação Brasil-Estados Unidos, o papel do Brasil na nova geopolítica mundial. Eu quero falar com ele da guerra da Ucrânia, que não há necessidade de ter guerra”, disse Lula.
Segundo a alta autoridade americana, na reunião houve ainda o debate sobre a necessidade de se encontrar uma “solução para a crise na Venezuela”. Esse pode ser um ponto de discórdia entre os países.
No entanto, Sullivan disse que Brasil e EUA vão lidar com o tema por meio de um diálogo regular em que os dois países vão procurar aprender um com o outro.
A viagem de Lula aos Estados Unidos só deve ocorrer após a posse do petista como presidente da República em janeiro de 2023.
De acordo com a fonte americana, o encontro entre Biden e Lula tem sido visto com algo muito importante e que os Estados Unidos querem estar prontos para alcançar a relação entre as nações assim que Lula tomar posse.
Lula indiciou que prefere viajar em janeiro, depois da posse. Ele cogitava ir em dezembro, mas apontou que o encontro deverá ficar para o início de 2023.