Operação contra golpistas atinge 2 deputados bolsonaristas
Foto: Xinhua/Lucio Tavora
A Polícia Federal cumpre na manhã desta quinta (15) uma série de mandados de busca e apreensão e prisão preventiva no estado no Espirito Santo por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
As medidas foram ordenados no âmbito do inquérito das fake news e têm relação com a apuração de atos antidemocráticos cometidos por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL).
Segundo a PF, no total são 4 mandados de prisão preventiva e 23 mandados de busca e apreensão. A Folha apurou que entre os alvos das medidas estão os deputados estaduais Carlos Von Schilgen (Democracia Cristã) e Capitão Assumção (PL).
As diligências são realizadas nas cidades de Vitória, Vila Velha, Serra, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim.
O inquérito das fake news foi aberto em março de 2019 pelo então presidente do STF, o ministro Dias Toffoli. O objetivo da apuração era investigar a existência de fake news, ameaças e denunciações caluniosas, difamantes e injuriantes que atingem a honra e a segurança dos membros da corte e de seus familiares.
Moraes foi escolhido pelo próprio Toffoli como relator e desde então conduz a investigação. Também nesta quinta (15), a PF cumpre 81 mandados de busca e apreensão contra envolvidos em em bloqueios de rodovias em apoio a Jair Bolsonaro após o 2º turno das eleições.
Desde o segundo turno, tanto em bloqueio de estradas como em atos em frente a quartéis, bolsonaristas cobram as Forças Armadas para que promovam um golpe que impeça a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Esses atos têm sido atiçados por Bolsonaro.
Na semana da derrota, em uma rápida declaração, ele disse defender os atos, tendo ali apenas condenado os bloqueios de estradas por seus apoiadores. Já no final da semana passada quebrou um silêncio de 40 dias com um discurso dúbio que também atiçou seus apoiadores.
Como mostrou recente reportagem da Folha, a escalada da violência nos atos antidemocráticos liderados por bolsonaristas fez desmoronar o discurso público do presidente e de seus aliados, que destacavam as manifestações como ordeiras e pacíficas e buscavam associar protestos violentos a grupos de esquerda.
Com casos de violência que incluem agressões, sabotagem, saques, sequestro e tentativa de homicídio, as manifestações atingiram seu ponto crítico e acenderam o alerta das autoridades, que realizaram prisões e investigam até possível crime de terrorismo.
O caso mais recente de violência ocorreu nesta segunda-feira (12). Horas após a diplomação de Lula, uma ordem de prisão expedida pelo ministro Alexandre de Moraes (STF) contra um indígena bolsonarista acabou em atos de violência em frente à sede da Polícia Federal e em vias de Brasília.
Nesta segunda, reportagem da Folha revelou que caminhões usados em bloqueios antidemocráticos de estradas e avenidas do Centro-Oeste contra a eleição de Lula já estiveram envolvidos em crimes como tráfico de drogas, contrabando e crime ambiental registrados pela polícia.
As informações constam de documento enviado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) ao STF a partir do levantamento de placas dos veículos que participaram de um comboio organizado por manifestantes em Cuiabá (MT) no dia 5 de novembro.