Human Right Watch pede punição de terroristas
Foto: TON MOLINA/ESTADÃO CONTEÚDO
O relatório da ONG Human Right Watch, divulgado nesta quinta-feira (12), condena os atos de terrorismo que destruíram os prédios dos Três Poderes em Brasília no último domingo e pede a responsabilização de quem praticou e de quem permitiu os abusos.
A diretora do órgão no Brasil, Maria Laura Canineu, afirmou que o episódio não é um caso isolado.
É o resultado de uma série de ofensivas contra as instituições democráticas brasileiras, contra o Congresso Nacional e o STF, durante os quatro anos em que Jair Bolsonaro foi presidente.
” Para ela, a violência utilizada por golpistas está vinculada aos discursos do ex-presidente.
“Ele não pode lavar as mãos nem tirar o corpo fora depois de quatro anos de reiterados ataques contra as instituições democráticas. Bolsonaro tem responsabilidade política, e sua responsabilidade criminal tem de ser apurada”, afirma.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, diz Canineu, tem o desafio de governar para um país polarizado. “Ele terá de defender os princípios democráticos e combater os retrocessos que ocorreram nos últimos anos em relação aos direitos humanos no Brasil.”
O documento avalia os direitos humanos no país diante de um cenário global que reúne mais 100 nações. “Em algumas áreas vimos uma deterioração ainda maior dos direitos humanos, como a segurança, com a violência policial, e o meio ambiente, com o desmatamento na Amazônia.”
Educação. Melhorar o acesso e reverter perdas na aprendizagem durante a pandemia, sobretudo para crianças negras e indígenas.
Amazônia. Reverter a destruição por meio do reestabelecimento das agências fiscalizadoras e de demarcação das terras indígenas. Fortalecer o programa nacional de proteção aos defensores de direitos humanos e ambientalistas.
Violência de gênero. Financiar serviços de atendimento e acolhimento a sobreviventes de violência de gênero e contra pessoas LGBTQIA+.
Letalidade policial. Elaborar um plano nacional para reduzir a letalidade policial, com a responsabilização da polícia que comete excessos.
Combate à corrupção. Independência da Procuradoria-Geral da República.