Maioria do partido de Bolsonaro quer apoiar Lula
Foto: REUTERS/Adriano Machado
A divisão interna do Partido Liberal (PL), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, entre fazer oposição ferrenha ou branda no governo Lula, e a possibilidade de a Advocacia-Geral da União (AGU) apresentar uma ação judicial contra Bolsonaro estão entre os destaques desta terça-feira (17).
A bancada do Partido Liberal (PL) na Câmara dos Deputados está dividida entre fazer uma oposição branda e uma oposição ferrenha ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segundo apurou a CNN com integrantes da sigla.
Ao mesmo tempo, há deputados federais do PL que defendem até uma aliança com o mandatário.
Parte dos integrantes do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro na Câmara é contra se aliar a Lula, tanto pelo histórico recente da sigla quanto para tentar se firmar como liderança na oposição ao petista, já que terá a maior bancada da Casa.
Uma ala é composta por bolsonaristas mais fiéis a Bolsonaro, como Bia Kicis (DF), Carla Zambelli (SP), Carlos Jordy (RJ), Filipe Barros (PR) e o próprio filho deputado federal do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro (SP).
Eles são originários do grupo de aliados vindos do PSL, partido pelo qual Jair Bolsonaro se elegeu presidente em 2018.
Procuradores da República relataram à CNN a possibilidade de a Advocacia-Geral da União (AGU) apresentar uma ação judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), caso a Procuradoria-Geral da República (PGR) não o faça.
A ideia que vem sendo ventilada é que a AGU entre com uma ação penal privada subsidiária de ação penal pública.
A tese foi levantada em razão da avaliação de que o atual PGR, Augusto Aras, pode se recusar a denunciar o ex-presidente, por quem foi nomeado.
Fontes da AGU não negaram à CNN essa possibilidade e informaram que o melhor é aguardar. Disseram ainda considerar que a PGR está atenta ao caso.
A expectativa é de que até o fim deste ano já haja elementos para comprovar a responsabilidade de Bolsonaro nos atos criminosos do dia 8 de janeiro.
Foi por ação de 79 procuradores que a PGR acabou pedindo a inclusão dele nas investigações.
O ministro Benedito Goncalves, do Tribunal Superior Eleitoral, determinou a inclusão da minuta encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, com uma proposta de decreto fosse instaurado estado de defesa em uma das 16 ações das quais Jair Bolsonaro é alvo na corte.
“Constata-se, assim, a inequívoca correlação entre os fatos e documentos novos e a demanda estabilizada, uma vez que a iniciativa da parte autora converge com seu ônus de convencer que, na linha da narrativa apresentada na petição inicial, a reunião realizada com os embaixadores deve ser analisada como elemento da campanha eleitoral de 2022, dotado de gravidade suficiente para afetar a normalidade e a legitimidade das eleições e, assim, configurar abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação”, disse o ministro.
O documento será incluído no processo movido pelo próprio PDT que investiga a reunião de julho de 2022 com os embaixadores no Planalto.
Os detidos em episódio de vandalismo promovido em Brasília têm reclamado das condições de encarceramento no Distrito Federal. Segundo relatos feitos por integrantes da Polícia Federal, eles têm se queixado da comida e do espaço das celas. As reclamações também têm sido feitas nas audiências de custódia.
As críticas, contudo, vão de encontro a vistorias promovidas tanto pelo Ministério Público Federal como pelo Poder Judiciário. Em relatório, promovido na semana passada, integrantes do Poder Judiciário apontaram instalações em “excelente estado”.
O documento pontuou que houve uma destinação especial de 900 colchões e que o governo do Distrito Federal cuidou para que “cada pessoa oriunda de sua carceragem recebesse um kit de higiene pessoal”. “Assim, essas pessoas, ao longo do dia, receberam as quatro refeições diárias de praxe”, constatou.
Os detidos têm afirmado, segundo relatos feitos à CNN Brasil, que as refeições são “incomíveis” e pedido para que parentes deles sejam autorizados a levarem frutas e achocolatados. Eles têm reclamado ainda dos banheiros e afirmado que têm bebido água da torneira.
O ex-secretário da Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça Anderson Torres deve prestar depoimento à Polícia Federal até a próxima quarta-feira (18).
A expectativa é de integrantes da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal (STF). Torres está detido desde o sábado (14) no 4º batalhão da Polícia Militar no Guará, região administrativa do Distrito Federal.
O mandado de prisão preventiva contra Torres foi decretado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Recaem sobre ele suspeitas de ser conivente e omisso diante dos atos criminosos promovidos por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no dia 8 de janeiro. Na ocasião, os criminosos depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília.
Na semana passada, pelo Twitter, o ex-secretário publicou um pronunciamento dizendo que foi “surpreendido pelas lamentáveis cenas” em Brasília durante seu “segundo dia de férias”.