Polícia do Senado defende policial que ajudou golpistas
Foto: Bruno Góes/Agência O Globo
Um dos vídeos que chocaram o país neste domingo (9) durante os atos terroristas em Brasília mostrou um manifestante golpista, de dentro do plenário do Senado, afirmando que um agente policial “pediu para entrar” no local para “mostrar que está do lado do povo”.
O vídeo foi duramente criticado nas redes sociais por quem viu na cena uma suposta leniência do agente policial à invasão terrorista, mas, segundo o Senado, tratou-se de uma técnica de negociação que serviu para ganhar tempo e conter os ânimos enquanto o reforço da segurança não vinha.
“Eu fui e acompanhei ele até a porta. ‘Deixa eu só me identificar e mostrar que a gente está com vocês. A gente está do lado do povo’. Acabou”, disse o invasor em vídeo que circulou nas redes sociais e em grupos de WhatsApp. O agente não faz qualquer manifestação durante a gravação.
A equipe da coluna foi atrás do Senado para pedir esclarecimentos sobre o episódio. Segundo a polícia da Casa, houve “mal interpretação” sobre o comportamento do agente durante o ato terrorista.
“O policial que estava no local integrava a equipe incumbida da negociação policial, devendo ser mencionado que qualquer interpretação deve ser realizada com cautela, principalmente porque somente o manifestante fala no vídeo”, afirmou a Secretaria de Polícia do Senado.
O policial legislativo teria, dessa forma, ganhar tempo e conter os ânimos dos manifestantes, até que chegasse um reforço do efetivo de segurança para dispersar os terroristas do plenário, que havia sido invadido por cerca de 40 pessoas.
O Senado garante que todos aqueles que invadiram o plenário da Casa foram presos.
“Nesse sentido, muito embora o número de manifestantes tenha sido expressivamente superior ao de policiais legislativos, logramos êxito na proteção dos gabinetes parlamentares e de boa parte da sede do Poder Legislativo, incluindo o coração dos debates democráticos: o plenário do Senado Federal. Isso só foi possível com organização e preparo técnico em negociação policial e em controle de multidões”, alega a Secretaria de Polícia do Senado.
Os terroristas subiram nas poltronas dos senadores, invadiram a tribuna de autoridades e gritaram palavras de baixa calão contra o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Para o Senado, a ação da polícia legislativa evitou um dano maior.