Bolsonaro diminuiu em 95% o Minha Casa, Minha vida
Foto: Miguel Schincariol/AFP
Após um começo de governo conturbado, marcado pela intentona golpista de apoiadores de Jair Bolsonaro, o governo Luiz Inácio Lula da Silva investe no pacote de bondades para marcar o início da gestão. Já anunciou, por exemplo, o reajuste do salário mínimo e das bolsas de pesquisas, deu início à retomada de obras paradas em importantes rodovias do país e apresenta na próxima semana o novo Bolsa Família, uma de suas principais promessas de campanha.
Os novos ventos, no entanto, são acompanhados de “velhas novas” marcas da gestão anterior. A mais recente envolve a recriação do Minha Casa, Minha Vida, oficializada nesta semana. O relançamento do programa habitacional — que havia sido batizado por Bolsonaro de Casa Verde Amarela — foi alvo de fake news bolsonaristas — que afirmam que Lula estaria apenas concluindo a entrega de unidades viabilizadas por Bolsonaro.
“Os mentirosos de sempre já estão espalhando que Lula vai entregar casas populares deixadas por Bolsonaro. É mentira! O genocida não só destruiu o Minha Casa Minha Vida, como secou o dinheiro que antes ia pro programa. Quem está recriando o programa é Lula”, tratou de esclarecer a presidente do PT Gleisi Hoffmann.
Apenas de 2022 para 2023, o governo Jair Bolsonaro diminuiu em 95% o total de recursos previstos para o programa habitacional — um recuo de 1,2 bilhão de reais para 82,3 milhões de reais proposta enviada do Orçamento.
Nesta semana, Lula lançou a reformulação do programa que foi uma das vitrines de seus primeiros governos. A nova versão prevê o aumento do teto do financiamento de 96.000 reais para 150.000 reais a famílias com renda mais baixa, além do retorno da chamada Faixa 1, que passará a contemplar famílias com renda bruta de até 2.640 reais — antigamente, a renda exigida para essa categoria era de 1.800 reais. A meta do governo é que sejam contratadas 2 milhões de imóveis até 2026.