Governo aumenta prazo para garimpeiros saírem
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A Força Aérea Brasileira (FAB) prorrogou, nesta segunda-feira (13/2), o prazo de liberação de voos privados que levam garimpeiros para fora da Terra Indígena Yanomami, em Roraima, até o dia 6 de maio. Antes, a medida previa que as viagens só poderiam acontecer até esta segunda.
O anúncio é feito durante operação federal que cria cercos e impedimentos para a continuação do garimpo ilegal na região das reservas indígenas, depois de o governo declarar situação de emergência de saúde no dia 20 de janeiro. O Ministério dos Povos Indígenas estima que 570 crianças yanomamis morreram em decorrência da fome e da contaminação por mercúrio, além do aumento de casos de malária nas aldeias.
As ações reúnem agentes da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), do Ibama e da Força Nacional de Segurança Pública, com o bloqueio de espaços aéreos, fiscalização de passagens por rios e destruição de aeronaves que facilitam o transporte de materiais relacionados à atividade ilegal.
Para facilitar a saída de garimpeiros da terra yanomami, a FAB abriu três corredores aéreos para que voos particulares deixem a região. Na corrida para deixar o espaço, pessoas ligadas ao garimpo em Roraima relataram ao Metrópoles que tiveram de pagar por voos fretados entre R$ 15 e 20 mil. Em outras situações, as viagens costumam ser orçadas em valores próximos a R$ 11 mil.
“Estão cobrando R$ 15 mil. Minha irmã está lá ainda. Quando acalmar mais, ela vem. Por enquanto estão escondidos na mata mesmo”, contou uma das moradores.
Uma outra mencionou que os pilotos aceitam, inclusive, quantias de ouro pelo transporte. De acordo com os relatos, eles cobram até 30 gramas da peça por um lugar no avião.
Questionada sobre o motivo do novo prazo, a Força Aérea Brasileira não retornou o contato da reportagem até a última atualização desta matéria.
Além das viagens por avião, as pessoas que deixam a região podem realizar o trajeto pelos rios desde o último sábado (11/2). Embarcações que contam apenas com o piloteiro e o proeiro, sem a presença de carga, estão autorizadas a seguir viagem para buscar garimpeiros e outras pessoas. Antes, qualquer embarcação encontrada nas rotas fluviais eram paradas e apreendidas.