Lula será duro com casos de corrupção
Foto: Igo Estrela/Metrópoles
Aviso aos navegantes que ocupam ou querem ocupar cargos no terceiro governo Lula: comportem-se bem para que não se tornem alvo de denúncias de corrupção. Se forem, a Advocacia-Geral da União será acionada para investigá-los sem dó nem piedade.
Se ela concluir que a culpa procede, o afastamento do cargo será imediato, e o retorno só será possível se a Justiça o inocentar. O presidente Itamar Franco, que sucedeu Fernando Collor, procedeu assim com seu mais caro amigo, Henrique Hargreaves.
É Lula quem avisa, escolado com a experiência que adquiriu nos seus dois governos anteriores. No caso do mensalão, ele chorou ao saber pelo então deputado Roberto Jefferson, líder do PTB, que o PT comprava votos na Câmara para aprovar projetos do governo.
A Jefferson, o choro de Lula pareceu sincero, bem como sua surpresa. Quanto a essa, há controvérsias. O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), contou ter prevenido Lula a respeito antes de Jefferson fazê-lo. Lula talvez não tenha acreditado.
Em cadeia nacional de rádio e televisão, Lula afirmou que fora traído, embora sem nomear os traidores. Mais tarde, pensou em renunciar ao cargo. Mais tarde ainda, refutou a sugestão de Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil, que o aconselhou a renunciar.
No caso do Petrolão que estourou quando ele já estava fora da presidência da República, Lula sempre jurou inocência. Foi condenado e preso por 580 dias. O Supremo Tribunal Federal anulou sua condenação. Ele nada ficou devendo à Justiça.
Daqui para frente, se alguma dívida aparecer, que ela seja paga por quem a contraiu, não por ele. É uma questão de honra para Lula. Quer deixar o governo imaculado, seja esse ou o próximo se vier. Seus auxiliares foram prevenidos por ele a esse respeito.